Na segunda-feira, um indivíduo armado tentou assaltar o posto de abastecimento de combustíveis da Repsol da Avenida Sá Carneiro, na Dorna, na Guarda. O caso ocorreu pelas 17 horas, quando, simulando pretender abastecer o automóvel, o suspeito abordou o funcionário e lhe apontou uma pistola exigindo o dinheiro. Tudo a partir do interior do veículo, cujo motor manteve ligado ao que parece. Mas o assalto não resultou porque o funcionário das bombas fugiu para detrás de outro carro que entretanto chegara, tendo o assaltante fugido de seguida.
A Polícia Judiciária (PJ) recebeu o caso das mãos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e os investigadores já procuraram pistas no local com recurso a meios técnicos especializados. Os investigadores também já têm na sua posse as gravações efectuadas pelas câmaras de vídeovigilância instaladas no local, à procura de imagens que permitam identificar o suspeito da tentativa de roubo, para que se iniciem as respectivas buscas e captura. Segundo Mário Bento, coordenador da PJ da Guarda, este é «um caso isolado» e «uma situação nova na Guarda, mal preparada, efeito do momento que estamos a viver, pois o indivíduo não tinha qualquer sistematização nos seus actos que revelasse profissionalismo». Por tudo isto, o responsável não entra em alarmismos, tanto mais que «não há registo de algo do género na Guarda». Todavia, e tendo em conta que o assalto de segunda-feira não chegou a concretizar-se, «já foi lançado o alerta para situações que venham a acontecer», refere.
Recorde-se que há menos de dois meses, duas noites consecutivas foram marcadas pela violência e deixaram a cidade em sobressalto. Se a segunda delas teve como protagonista um doente psiquiátrico e o caso foi resolvido no dia seguinte, a primeira teve mão e intenção criminosa, com vários estabelecimentos comerciais a serem assaltados. A O INTERIOR Mário Bento diz que se trata da «progressão de um fenómeno para o qual as autoridades estão atentas» e que já mereceu uma reunião entre PJ, PSP e GNR. O coordenador do Departamento de Investigação Criminal (DIC) não acredita que os incidentes desta semana e do início de Julho estejam relacionados, mas «é preciso agora trabalhar na prevenção de algo mais violento que possa acontecer». Na sua opinião, intensificar a prevenção passa por apelar à colaboração das populações, mesmo que anonimamente, quando tiverem receio de represálias. «É um dever cívico informar e colaborar com a polícia quando, fundamentadamente, se aperceberem de algo anómalo. É importante que haja mais proximidade entre a polícia e as pessoas», destaca Mário Bento, que pretende com isso ganhar tempo quando se tenta relacionar um crime recente com factos anteriores. Todavia, o responsável da PJ não deixa de referir que esta prevenção e colaboração da população civil só poderá existir «desde que não perturbe os direitos de cada um».
Igor de Sousa Costa