A direcção do Centro Cultural da Guarda apresentou, na última quinta-feira, as actividades para este ano, destacando-se as novidades no canto, na música e na dança. No entanto, com o aumento da oferta, professores e dirigentes anseiam pela possibilidade de transformar a colectividade num conservatório oficial.
Em síntese, as novidades para 2008/2009 são as aulas de concertina, viola de arco, danças de salão e hip-hop. Os orfeonistas vão ainda contar com um professor de canto para aperfeiçoamento e colocação de voz, que também poderá leccionar solfejo. O mesmo orfeão e o rancho folclórico – este último renovado com a presença de muitos jovens – vão passar a contar com conselhos técnicos, cuja missão é dirigir os assuntos correntes dos dois grupos e de os representar junto da direcção. Este ano surgirá ainda um orfeão sénior, dedicado à recolha e interpretação de repertório tradicional. Algumas destas iniciativas resultam de uma «postura de abertura à comunidade, tentando responder às suas solicitações», esclarece Maria Saudade Duarte, presidente da direcção.
Mas no horizonte está um objectivo mais ambicioso. «O meu sonho é que, no futuro, esta instituição se converta num conservatório oficial de música e dança. Temos instalações melhores que muitos dos conservatórios de Portugal. Pouco a pouco chegaremos lá», acredita Ragner Tovar. Este professor anunciou ainda um projecto a cargo da colega Alice Sagradas, que pretende «reunir crianças, a partir dos quatro anos de idade, para lhes incutir os primeiros passos na música e, depois, criar um “ensemble”». Este ano o Centro Cultural da Guarda vai envolver mais de 350 pessoas, entre alunos e professores, para um orçamento que parece ser curto. Da autarquia chegam cerca de 17.500 euros por ano, a que se juntam as quotas dos sócios – 80 por cento dos quais paga três euros por ano – e as receitas provenientes das aulas. «Depois há o rancho e o orfeão, que não têm quaisquer lucros e têm de ser geridos por estas verbas. O ideal era a Câmara dar cerca de 20 mil euros, mas reconhecemos que não é fácil, pois há outras entidades», reconhece Maria Saudade Duarte.