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Helicóptero de combate a incêndios a partir de amanhã na Guarda

Até ao momento, registaram-se mais incêndios e mais área ardida que em igual período do ano passado

A partir de amanhã, a Guarda vai ter estacionado na helipista do Hospital Sousa Martins um helicóptero de combate a incêndios. O aparelho vai ser um recurso valioso para os bombeiros ao intervir o mais rapidamente possível contra os fogos florestais no distrito. Contudo, o cenário não é nada animador, uma vez que já se registaram até ao momento mais incêndios e mais área ardida do que em igual período do ano transacto.

Ter um helicóptero na Guarda vai ser uma «mais-valia» para todo o distrito, realça António Fonseca, coordenador do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS), para quem este é mesmo um «meio importante para ajudar ao combate dos incêndios». Trata-se de um helicóptero ligeiro, com cinco lugares, equipado com um balde com capacidade para armazenar cerca de 900 litros de água. Também durante os primeiros dias de Julho vão aumentar para 40 os Grupos de Primeira Intervenção (GPI’s) nas diferentes corporações do distrito. O anúncio de que a Guarda iria dispor este ano de um helicóptero e de duas brigadas helitransportadas foi feito há cerca de um mês pelo secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões, durante uma reunião com a Governadora Civil, autarcas e bombeiros. Na altura, o governante salientou que o helicóptero destinava-se a «preencher uma falha que existia entre a cidade e a fronteira». Já a opção por este tipo de meios aéreos foi explicada com o argumento de permitirem uma intervenção mais rápida no primeiro momento. «Se tivéssemos sido eficazes no ataque inicial, muitos dos fogos que se registaram nos últimos anos não teriam tido as dimensões que todos conhecemos», considerou na altura Ascenso Simões. Quanto às brigadas helitransportadas, actuarão nas zonas tidas como mais convenientes.

Em relação à época de incêndios, antecipada este ano em 15 dias pelo Governo devido à preocupante situação de seca que assola o país, o coordenador do CDOS indica terem já ocorrido «mais incêndios e com mais área ardida que em igual período do ano passado». Os concelhos mais afectados têm sido Gouveia e Seia, enquanto os restantes estão numa «situação normal», refere. António Fonseca indica que já arderam este ano cerca de 1.500 hectares de área florestal. De resto, o incêndio «mais grave» até ao momento no distrito eclodiu, na semana passada, na localidade de Vale de Igreja, no concelho de Seia, mas que prosseguiu posteriormente para a zona de Nelas, onde as chamas acabaram por destruir três casas habitadas da aldeia de Póvoa de Lusianes. O combate a este incêndio envolveu cerca de 180 bombeiros, de 25 corporações, apoiados por 48 veículos e quatro meios aéreos. Em relação aos cuidados a ter pelas populações nesta época mais propícia ao surgimento de fogos, o coordenador do CDOS da Guarda relembra que, «ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a negligência e o descuido» são as maiores causas originadoras de incêndios. Ou seja, os casos de fogo posto – apesar de também haver muitos todos os anos – não são o maior motivo. «Grande parte dos incêndios começam em queimadas acesas durante as horas de maior calor, no simples deixar cair de um cigarro no meio de uma floresta ou mesmo na borda da estrada. Estes são comportamentos a evitar ao máximo», aconselha António Fonseca.

Ricardo Cordeiro

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