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«Hecatombe» no comércio esperada para dezembro

Cem estabelecimentos comerciais fecham diariamente devido à crise, mas em dezembro o cenário será pior e atingirá as lojas de bens como mobílias e eletrodomésticos, segundo o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP).

João Vieira Lopes considera que grande parte dos estabelecimentos comerciais que encerram diariamente em Portugal, cerca de cem, «dificilmente voltarão a abrir».

Apesar de abranger quase todas as áreas, a restauração está identificada como «uma área muito sensível» no que diz respeito aos estabelecimentos comerciais mais atingidos pela crise, com muitos encerramentos. Em entrevista à agência Lusa, o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) identifica outra área para a qual é esperada «uma hecatombe»: bens duráveis e semi duráveis, como mobílias e eletrodomésticos.

«Estamos à espera de uma hecatombe, que vai começar em breve devido ao corte parcial do próximo subsídio de Natal, que era tradicionalmente usado para a aquisição ou pagamento da primeira prestação desses bens de maior valor», afirmou. Na sua opinião, esta área «sofrerá ainda mais do que a alimentar». Contas da Confederação apontam para 100 mil desempregados no comércio, num contexto nada favorável.

«O orçamento [do Estado para 2012] do Governo é altamente contraccionista, o que vai fazer baixar o rendimento líquido das famílias. Baixa o consumo e o comércio será uma das vítimas dessa baixa», disse. Mas «não só o comércio», ressalvou, acrescentando que «se o comércio não vende, também a indústria não produz e há uma série de serviços que não terão capacidade para se manter».

Segundo João Vieira Lopes, «as pessoas fazem um esforço para ter a porta aberta, mas não há grande hipótese, até porque irão existir, para correção do défice, restrições nas prestações sociais». O presidente da CCP considera que «o número de medidas de contrapeso a estas medidas contraccionistas, nomeadamente na área da carga fiscal e na baixa de rendimento das pessoas, é muito insuficiente», pelo que, acredita, «a situação vai agravar-se».

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