A eleição para a presidência da Federação do PS da Guarda, a 8 de Outubro, é uma corrida em solitário e José Albano Marques, que se recandidata, tem uma explicação simples. «A fasquia estava um pouco alta porque o trabalho foi bem feito e por uma
equipa que se alargou a todo o distrito, contando com todos os presidentes de concelhia. Como tal, havia pouco espaço para surgir uma candidatura alternativa», considera.
O único candidato que vai a votos sob o lema “Guarda Maior, a Força de Sempre!” entregou na passada quinta-feira as suas listas de proponentes à Comissão Organizadora do Congresso (COC), presidida por António Carlos Santos, e sublinhou que desta vez o PS está unido em torno do seu projecto. «Nestes dois anos houve muito diálogo e várias oportunidades para todos darem sugestões e criticar. Tenho a certeza de que mesmo que houvesse alguma voz discordante, ela teria alguma dificuldade em impor o seu projecto nestes concelhos, pois não tiveram uma participação activa e não ajudaram qualquer camarada a alcançar vitórias», afirma, classificando de «boatos» a intenção de alguns adversários se chegarem à frente. «Tivemos muitos pseudo-candidatos, mas isso é fruto destas alturas», acrescenta. A uma semana das eleições, tudo aponta para que este escrutínio seja um passeio para José Albano Marques, que até conseguiu congregar alguns adversários de 2008.
Rita Cunha Mendes (Aguiar da Beira) ou Carlos Filipe Camelo (Seia) são os nomes mais inesperados na sua lista de mandatários concelhios, o que para o candidato demonstra que conseguiu «unir a família socialista» neste primeiro mandato. «Há pequenas divergências, mas são discutidas internamente e hoje o PS está bem e recomenda-se com um projecto que é de todos e para todos», considerou. O candidato sublinha que «a união nunca fez mal a ninguém» e até lhe assenta bem: «Não nos aproveitámos do poder que tínhamos enquanto Federação para impor modelos e metodologias de trabalho, contámos com todos, reactivámos circuitos desactivados há anos, criámos novas oportunidades na forma como abordávamos os militantes e conseguimos cativar um público jovem, sem esquecer as mulheres socialistas», afirma. De resto, acredita que foi essa união que garantiu ao PS da Guarda «o melhor resultado em termos percentuais, a nível do país, nas últimas autárquicas e legislativas».
O mesmo objectivo conta alcançar em 2013, anunciando desde já que tenciona tornar o PS maioritário no contexto municipal. «Queremos deixar uma marca histórica, a de manter as actuais cinco Câmaras e ganhar o maior número possível ao PSD», afirma. Quanto a assuntos internos, refere nunca ter tido problemas com a concelhia da Guarda, admitindo, no entanto, que poderá ter havido «falhas de comunicação» em determinada altura. «Tenho a certeza que esse problema está resolvido. Podemos divergir na forma como se faz política a nível distrital, mas nunca virámos as costas à concelhia, temos feito um trabalho eficaz e conto com o apoio de grande parte da estrutura da Guarda», aponta, tanto assim que Joaquim Valente é o seu mandatário distrital. «O presidente da Câmara é um um líder nato», considerou.
Já relativamente às portagens, José Albano Marques começa por responsabilizar o PSD pelo alargamento da cobrança à A23 e A25 e promete trabalhar para resolver o problema, defendendo que não haja portagens para os 14 concelhos do distrito. «Quando vou à Mêda, não tenho coragem de dizer às pessoas que são de segunda, porque vão ter que pagar portagens diárias, e chegar a Celorico ou à Guarda e felicitar os seus munícipes por que não pagam», alega.
Mandatários de José Albano Marques:
Joaquim Valente (mandatário distrital)
Rita Mendes (Aguiar da Beira)
Joaquim Fernandes (Almeida)
Maria José Costa (Celorico da Beira)
Porfírio Paraíso (Fornos de Algodres)
Maria João (Figueira de Castelo Rodrigo)
Carlos Coelho (Gouveia)
Vitor Santos (Guarda)
Delfina Monteiro (Manteigas)
Alberto Pimentel (Mêda)
Carlos Ribeiro (Pinhel)
Sandra Fortuna (Sabugal)
Carlos Filipe Camelo (Seia)
José Carvalho (Trancoso)
António Sotero (Vila Nova Foz Côa)
Luis Martins