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Hasta pública de terreno dos bombeiros da Guarda ficou deserta

Associação Humanitária foi obrigada a recorrer a um empréstimo bancário de100 mil euros

Para já, a venda de um terreno da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Guarda no valor de 917 mil euros está suspensa. Isto porque a praça realizada no último dia 24 ficou deserta, não aparecendo nenhuma proposta para a aquisição do lote destinado a construção urbana com 1.200 metros quadrados, situado junto ao antigo quartel da instituição. Desta forma, a direcção dos “soldados da paz” da Guarda viu-se obrigada a recorrer a um empréstimo bancário de100 mil euros para suportar as dívidas da associação.

Recorde-se que a direcção dos bombeiros da Guarda decidiu, em Outubro, avançar com a venda em hasta pública do terreno devido, em grande parte, ao atraso de cerca de seis meses verificado no pagamento de serviços prestados aos Hospitais Sousa Martins, da Guarda, e da Universidade de Coimbra, que ascendem a cem mil euros, precisamente o valor do empréstimo agora contraído. «Não apareceu nenhuma proposta para a compra do terreno. A praça ficou deserta e nós reunimos de imediato a direcção, tendo ficado decidido suspender, para já, a venda do terreno e recorrer a uma outra fonte de financiamento, que é o empréstimo bancário, para o qual catalizámos as nossas garantias pessoais», explica Álvaro Guerreiro, presidente da associação. Fora de equação, pelo menos «por enquanto», fica a venda do terreno por um preço inferior aos 917 mil euros solicitados, pelo que a venda fica «suspensa» já que os bombeiros preferem «manter o património na associação a vendê-lo a um preço inferior àquele que tinha ido a hasta pública», adianta. O empréstimo de 100 mil euros destina-se a «fazer face ao passivo da associação, que nós pensamos agora recuperar se os pagamentos vierem também a recuperar o ritmo normal que vinham merecendo», frisa o dirigente.

De resto, assegura que a situação da casa é «equilibrada, desde que, necessariamente, os nossos créditos nos sejam pagos a tempo e horas». Entretanto, desde que a falta de pagamentos foi exposta na praça pública, o Hospital da Guarda pagou um mês em atraso, «infelizmente, o de menor volume». No entanto, o suavizar da dívida ficou-se por aqui. «Desde esse altura só foi feito mais um pagamento de um mês em dívida, mas ainda há, de facto, dívidas de créditos de transportes realizados por ambulâncias», adianta. Em Outubro, o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Guarda chegou mesmo a afirmar que a situação era incomportável para uma entidade que tem «diversas despesas» com as viaturas, combustíveis, consumíveis e ordenados. Isto para além de que a situação era «muito grave perante os próprios fornecedores», a quem já não se podia pedir «mais paciência pelo atraso», referiu. Na altura, Álvaro Guerreiro lamentou ainda que o património da instituição tivesse que ser vendido para suportar dívidas «que deviam ser pagas pelo Estado». Segundo o edital publicado, a construção a erigir no terreno deveria cumprir algumas especificações, tais como ser um edifício de oito pisos com uma área de construção total de quase 9 mil metros quadrados, seis mil dos quais destinados a estacionamento e os restantes para comércios e serviços. Prevista estava também a criação de 200 lugares de estacionamento na estrutura edificada.

Ricardo Cordeiro

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