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Habitantes de Teixeira de Cima exigem reabertura «imediata» da EN230

Infraestruturas de Portugal anunciou concurso público no mesmo dia em que mais de uma centena de habitantes da aldeia serrana protestaram contra o corte da via

Os habitantes de Teixeira de Cima (Seia) saíram à rua na passada quinta-feira para exigir a reabertura da Estrada Nacional (EN) 230 que está cortada à circulação desde 2014 devido a uma derrocada. No mesmo dia, a Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou que em setembro será lançado o concurso público para as obras de reparação daquela via.

Descontentes com a demora na resolução deste problema, mais de uma centena de habitantes da aldeia serrana exigiram nessa manhã medidas imediatas. A ação foi levada a cabo quando elementos da IP tentavam fechar a via que, na segunda-feira, devido a um incêndio florestal, foi reaberta pela população para facilitar o combate e a fuga às chamas. «A estrada está aberta porque os populares não a deixam fechar. O que pretendemos é que seja tomada uma atitude e que seja definitivamente iniciado o arranjo desta via», declarou o porta-voz dos residentes. De acordo com Augusto Barbosa, atualmente os habitantes de Teixeira de Cima são obrigados a percorrer em 40 minutos um trajeto que seria feito em menos de cinco pela EN230. «O que se quer é a garantia da IP de que vão iniciar os trabalhos o quanto antes», sublinhou.

O representante dos populares recordou ainda que durante o incêndio de 22 de agosto os habitantes ficaram «literalmente presos» e que para saírem da aldeia tiveram de pedir autorização à GNR para reabrirem a estrada. Confrontada com este protesto, a IP foi célere a reagir e à tarde divulgou uma nota à imprensa onde dava conta da beneficiação daquele troço. «Concluída a fase de elaboração do projeto de execução, será lançado ainda no próximo mês de setembro o concurso público para a realização da empreitada de estabilização de taludes de aterro e plataforma rodoviária ao quilómetro 164 da EN230, uma obra com um investimento estimado em 500 mil euros», lê-se no documento. A empresa acrescentou que está a avaliar, em conjunto com a autarquia de Seia e enquanto decorrem os procedimentos necessários para a concretização da intervenção, a implementação de «medidas mitigadores dos transtornos que este corte de tráfego tem provocado junto das populações, nomeadamente a melhoria das vias alternativas existentes».

A IP reafirmou na nota que este corte de trânsito visa «salvaguardar a segurança de pessoas e bens na utilização» do troço e que a sua interdição foi decidida após inspeções realizadas pelos técnicos da empresa que identificaram «vários locais de grande instabilidade do talude ao quilómetro 164». Segundo a IP, a intervenção necessária na EN230 é «de elevada complexidade técnica, que requer a demolição de um troço da estrada e a sua reconstrução num cenário geológico, geotécnico e hidráulico muito específico».

Circulação está cortada ao quilómetro 164 desde 2014

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