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Há 62 escolas em risco na região

Municípios contestam proposta do Ministério da Educação para fechar estabelecimentos com menos de 21 alunos no próximo ano letivo

Sessenta e duas escolas primárias e jardins de infância da região têm menos de 21 crianças e podem encerrar no próximo ano letivo. O Governo quer fechar os estabelecimentos do primeiro Ciclo do Ensino Básico (CEB) com poucos alunos, sendo que o número total de escolas a “fechar portas” só será conhecido após reorganização da rede escolar, já que algumas se devem juntar. A Guarda, a par de Leiria, é o concelho que tem mais estabelecimentos de ensino em risco, com 11.

As escolas básicas de Carvalheira, Castanheira, Cubo, Famalicão, Maçaínhas, Rapoula, Rochoso, Casa de Trabalho Jesus Maria José (Rochoso), Trinta, Videmonte e Vila Fernando têm, segundo a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), menos de 21 alunos e entram nas “contas” do Ministério da Educação em termos de escolas a fechar. A Câmara da Guarda já reagiu, tendo enviado um ofício à delegada regional de Educação do Centro (DGEstE), onde se manifesta «desfavorável relativamente à reestruturação da rede».

Na reunião de Câmara, anteontem, Álvaro Amaro disse que, «por mim, nenhuma escola fecha, mas a decisão é da responsabilidade do Ministério da Educação», ressalvando que «21 alunos na Guarda não é a mesma coisa que 21 alunos na área metropolitana de Lisboa ou Porto». Ainda assim, o presidente da Câmara da Guarda defende que pode fazer sentido juntar algumas escolas: «Há um limite a partir do qual tem de imperar o bom senso, sendo que as escolas com número suficiente não podem fechar», considerou Álvaro Amaro sem, no entanto, especificar esse “limite”.

Celorico e Covilhã somam 18 escolas

Celorico da Beira e Covilhã fecham o “pódio” regional de concelhos com mais escolas em risco, com nove estabelecimentos cada. No caso do concelho celoricense, estão na lista as escolas básicas de Açores, Baraçal, Casais de Soeiro, Cortiçó da Serra, Estação, Forno Telheiro, Mesquitela, Ratoeira e Vale de Azares, mas «não encerro escolas enquanto não houver condições noutros estabelecimentos escolares», disse a O INTERIOR José Luís Cabral, vice-presidente da Câmara de Celorico, lembrando, a título de exemplo, a demora na requalificação da Secundária Sacadura Cabral. O vereador responsável pelo pelouro da Educação, que teve duas reuniões em Coimbra com a delegada regional, reiterou que «temos de ver se há condições para algumas escolas receberem mais alunos», salientando que se as junções implicarem perda de qualidade «não me seduz, é preferível manter as escolas».

Por sua vez, na Covilhã, as escolas básicas de Cortes, Erada, Orjais, Vales do Rio e Verdelhos, bem como os jardins de infância de Barco, Coutada, Ourondo e São Jorge da Beira têm menos de 21 crianças, estando entre os estabelecimentos que podem fechar. A Câmara local já solicitou uma reunião com caráter de urgência ao Ministro da Educação, Nuno Crato, informando que «repudia qualquer possibilidade de encerramento de escolas», lê-se no comunicado enviado às redações. A autarquia está também a estudar ações de protesto e um abaixo-assinado aberto a todo o concelho. Já em Gouveia, onde três escolas básicas estão na lista “vermelha” do Ministério (Arcozelo, Folgosinho e Lagarinhos), o Município garantiu que pretende manter em funcionamento todas as escolas no próximo ano letivo, em nota publicada no seu site. «A maioria do executivo municipal aprovou uma proposta de manutenção da atual rede escolar, à exceção do jardim de infância de Vinhó, que encerra por falta de frequência», indica a autarquia.

Distrito da Guarda

Para além dos concelhos já referidos, há mais nove concelhos no distrito da Guarda que podem ser afetados pelo novo fecho de escolas. Em Aguiar da Beira, a lista da ANMP aponta, com menos de 21 alunos, as escolas básicas de Carapito, Cortiçada e Penaverde; em Almeida está em risco a escola básica da Miuzela; em Figueira de Castelo Rodrigo podem encerrar as escolas de Reigada e Vermiosa; em Fornos de Algodres pode fechar a escola básica de Figueiró da Granja; em Pinhel há quatro: Alverca da Beira, Pala, Pínzio e Souropires; o Sabugal é o terceiro concelho do distrito com mais escolas em “alerta”: Santo António, Aldeia Velha, Bendada, Cerdeira e Santo Estêvão; em Seia podem fechas as escolas básicas de Sabugueiro, Santa Marinha e Vide; e em Trancoso as escolas de Cogula e Freches.

Belmonte e Fundão

Em Belmonte estão em “perigo”, por terem menos de 21 alunos, as escolas básicas de Colmeal da Torre e Maçainhas, bem como o jardim de infância de Carvalhal Formoso. Já no Fundão há quatro escolas básicas nesta situação, sendo elas Alcaide, Janeiro de Cima, Telhado e Fatela, e dois jardins de infância (Capinha e Enxames).

A Escola Básica de Famalicão (Guarda) é uma das que tem menos de 21 alunos

Comentários dos nossos leitores
antonio vasco s da silva vascosil@live.com.pt
Comentário:
Vamos apenas dando uma injeção letal a este pais quando já não temos dinheiro para o antibiótico. Se nada for feito, com a desertificação a que as nossas aldeias estão sujeitas será muito difícil endireitar este país. Mas com este governo tu se espera. Parabens
 

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