Arquivo

Guterres confessa «afeição especial» por Belmonte

António Guterres, antigo primeiro-ministro, foi homenageado pela Câmara de Belmonte na sexta-feira. No dia do feriado municipal, o Alto Comissário para os Refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) viu a autarquia atribuir o seu nome ao parque urbano localizado na encosta do castelo.

O antigo governante disse sentir uma «afeição especial» pelo concelho, que serviu «durante mais de 20 anos» enquanto eleito na Assembleia da República pelo distrito de Castelo Branco e enalteceu «o património cultural admirável de Belmonte, desde os romanos as nossos dias», a existência de uma comunidade judaica e o facto de ser a terra natal de Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil. Quanto à homenagem, Guterres realçou não ser «dado a estas coisas», mas «quando o presidente da Câmara quis fazer [esta homenagem] não fui capaz de recusar», declarou. Para o autarca Amândio Melo esta foi uma distinção «justa, uma vez que ele foi o primeiro-ministro que mais contribuiu para o desenvolvimento da nossa região».

À margem da cerimónia, o ex-primeiro-ministro disse esperar que a revolução de 25 de Abril possa, 39 anos depois, «inspirar as lideranças europeias para que seja possível um projeto europeu renovado». «Se a Europa for capaz de ser solidária e politicamente mais unida, há soluções» para a crise, afirmou o Alto Comissário para os Refugiados da ONU. Caso contrário, considerou que será «muito difícil a cada país, por si, superar o que são hoje as circunstâncias das economias e das sociedades». Por isso, o ex-primeiro-ministro gostaria que, ao celebrar-se o 25 de Abril, a data «mais importante» que já viveu «enquanto cidadão», se pudesse assinalar o «retomar da esperança» na Europa. «Uma das coisas que custa muito ver, e não é só em Portugal, é haver tantos jovens sem possibilidade de emprego, tantos novos pobres, tanta gente que vive esta crise com enormes dificuldades, e ver com tristeza que a Europa não é capaz de se assumir na solidariedade e num projeto que nos possa fazer sair desta camisa de forças», lamentou Guterres.

Sobre o autor

Leave a Reply