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“Guerra” dos apoios na Federação do PS

Candidatos José Martins Igreja e Fernando Cabral discutem presidência no dia 21

A “batalha” para a presidência da Federação do PS da Guarda já começou, mas tem-se resumido, por enquanto, a estratégias de contra-informação. Nesse tabuleiro têm jogado José Martins Igreja e Fernando Cabral, adversários nas eleições de dia 21. O primeiro esconde a táctica e os apoiantes, formalizando a candidatura na sede do partido. O segundo, actual dirigente, pelo contrário, faz alarde de quem vai consigo e mostrou os seus apoios no Hotel de Turismo, onde oficializou a sua. São duas visões diferentes para os próximos dois anos no Partido Socialista do distrito.

O título da moção de José Martins Igreja diz tudo. O advogado, e antigo presidente da Assembleia Municipal da Guarda, quer “Voltar a Acreditar”. No PS, entenda-se, pois considera que o partido precisa «urgentemente» de uma «radical alteração de rumo» na Guarda. O candidato, que muitos apontam como o preferido de José Sócrates, tem acusado os actuais dirigentes da Federação de carreirismo político e de muito pouca acção política. O que não é um bom exemplo, na sua opinião. Tanto mais que falta fazer muita coisa no PS: «Reorganizar as concelhias, dinamizar militantes, a JS e criar uma estrutura das mulheres, para que estejamos preparados para ganhar as próximas autárquicas», destaca. Para tal, promete formar uma equipa com «muita força, qualidade e renovação» para trabalhar, mas sem anunciar nomes. Nem tão pouco os seus apoios. Sabe-se que Joaquim Valente está com José Martins Igreja, depois de o divulgar numa nota à comunicação social. Para o presidente da Câmara da Guarda, o advogado representa «os ideais e estratégias do PS local e nacional, interpreta os novos rumos desejados pelos socialistas para a região». Mais, será a garantia de «uma reflexão política e acção concertada com o tecido económico, social e cultural do distrito».

Fernando Cabral não enjeitaria este aliado, mas a sua extensa lista tem outros pesos-pesados, como Pina Moura, Esmeraldo Carvalhinho, Armando Reis, Santinho Pacheco ou Norberto Gonçalves, entre muitos outros. Presidente da Federação há dois mandatos, o actual deputado parece ter mais do que as bases do seu lado. O seu lema é um emblemático “Saber ser, saber fazer, pela Guarda, pelo distrito, pelo futuro”. O candidato já anunciou que vai reivindicar junto do Governo «novas medidas de discriminação positiva» para o distrito, «que quer recuperar o peso económico e demográfico que já teve», sustenta. E promete arregaçar as mangas para criar uma página da Federação na Internet e trabalhar em «estreita relação» com todas as concelhias, para além de pretender realizar anualmente um Encontro Distrital de Eleitos pelo Partido Socialista para «se equacionarem e debater os problemas do distrito e apontadas as melhores soluções». Fernando Cabral quer um partido «para e com as pessoas», pelo que espera que os militantes saibam ser «dinâmicos, interventivos, rigorosos, inovadores e solidários» nos próximos tempos. «O PS necessita de gente “com sangue na guelra” que queira ser protagonista de um futuro cada vez melhor», desafia.

Luis Martins

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