Arquivo

Guerra comercial com a China pode afetar exportações portuguesas

Bruxelas quer agravar as taxas aduaneiras na compra de painéis solares à China. Em resposta, esta potência mundial pode retaliar com práticas idênticas na importação de produtos como azeite e cortiça.

A União Europeia quer agravar as taxas aduaneiras à importação de produtos chineses na área dos componentes para a indústria do solar fotovoltaico. O objetivo, segundo fonte de Bruxelas, é «travar a importação de painéis solares e outros componentes para a indústria fotovoltaica made in China».

Portugal foi um dos países que votaram a favor da medida, que entrou em vigor a título preliminar. Por outro lado, 17 Estados-membros da União Europeia votaram contra a decisão.

Apesar disso, a Comissão Europeia começou já a aplicar direitos aduaneiros de 11,8 por cento. Já em 6 de agosto, esses direitos irão subir para um mínimo de 47,6 por cento, podendo atingir os 70 por cento, representando um aumento de 500 por cento sobre o atual valor. A decisão poderá tornar-se permanente no próximo Conselho Europeu de Dezembro.

242 mil empregos em risco

Em comunicado, a AFASE – Alliance for Affordable Solar Energy, que representa mais de 700 empresas, garante que «as medidas impostas violam as regras do free trade e são devastadoras para a indústria europeia do solar /fotovoltaico, pondo em sério risco 242 mil empregos na União».

As falências e os despedimentos na indústria começaram já a verificar-se, segundo a mesma fonte, em diversos países da União Europeia.

China pode retaliar agravando taxas aduaneiras ao azeite e à cortiça

Se o conflito comercial China/UE se agravar, Portugal estará seguramente entre os países-alvo da retaliação chinesa. Já foram reportadas notícias, segundo fontes de Bruxelas, e que não foram desmentidas, sobre a hipótese de penalização das exportações de vinhos, cortiça e azeite portugueses para a China. Hipótese essa que chegou já ao conhecimento do Governo português.

A não ser evitada, uma «guerra» comercial China-União Europeia poderá, de acordo com as mesmas fontes, alargar-se outros sectores e atingir dimensões «incalculáveis».

Sobre o autor

Leave a Reply