Arquivo

“Guard’Ar” com bons resultados no relatório intercalar

Efeitos dos incêndios florestais no estudo das qualidades do ar da Guarda serão conhecidos dentro de um mês

Valores cumpridos e uma classificação favorável foram as conclusões a que chegou o grupo de cientistas franceses que, desde o passado mês de Janeiro, está a fazer a avaliação das qualidades do ar da cidade da Guarda. Resultados optimistas que foram retirados do relatório intercalar sobre os primeiros seis meses de actuação do sistema instalado na Torre dos Ferreiros e a partir do qual são diariamente recolhidas amostras para posterior análise num laboratório em França.

«Os valores de polarização estão completamente dentro dos parâmetros», afirma Pedro Rebelo, presidente da “Guard’Ar” – Associação para a Promoção do Ambiente e Saúde do Concelho da Guarda, cuja principal função é acompanhar o estudo, que vai estar no terreno até Janeiro de 2004. O responsável mostra-se satisfeito com os efeitos do primeiro semestre, não escondendo, por outro lado, o receio dos resultados das análises efectuadas durante e após a vaga de incêndios que assolou a região nas primeiras semanas de Agosto. E não esconde que o cenário animador pode vir a deteriorar-se dentro de um mês, altura em que o Conselho Científico da “Guard’Ar” irá interpretar e revelar o resultado da avaliação que já está em curso a estes dois últimos meses. Em causa estão as consequências nefastas que os inúmeros fogos florestais podem trazer para um processo que servirá para apurar se a Guarda tem ou não características de excelência para poder acolher uma clínica de climoterapia, que tratará, designadamente, doenças alérgicas, como a asma e outras do foro respiratório.

«Ainda não sabemos nada acerca dos resultados», garante Pedro Rebelo, para quem o ar da cidade «não pode ser analisado em função dos incêndios», embora também «não os possamos esquecer», constata. Na verdade, a análise às qualidades do ar durante esse período de tempo está actualmente a ser realizada, mas só dentro de um mês serão conhecidos os resultados. Recorde-se que a iniciativa partiu de um grupo de 15 empresários guardenses que criaram a “Guard’Ar”, uma associação exclusivamente privada, cuja função é ir gerindo os resultados do estudo, sexto do género a nível mundial, de modo a que em Janeiro próximo se possa concluir se a cidade pode ou não tratar esse tipo de patologias, como aconteceu há décadas atrás quando o Sanatório Sousa Martins era um dos mais solicitados do país. Agora, a finalidade da “Guard’Ar” é criar um centro moderno à semelhança do sanatório no seu tempo, estando os empresários dispostos a ir para diante com um investimento considerável, na convicção de que será possível dotar a “cidade mais alta” de um centro de bioclimatismo.

Cerca de 100 mil euros é quanto vai custar a investigação dos franceses, suportados, na íntegra, pelos membros da “Guard’Ar”. De referir ainda que todo este projecto nasce pela mão de Pedro Lopes da Mata, um especialista na matéria, médico alergologista, administrador e membro do Conselho Científico da Federação Europeia de Bioclimatismo. «Lembrou-se da Guarda pela sua tradição no tratamento das doenças respiratórias. O sanatório foi uma referência muito grande da cidade», conta Pedro Rebelo, para quem a meta principal é «recuperar e melhorar a saúde da Guarda».

Rita Lopes

Sobre o autor

Leave a Reply