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Guarda, uma terra sem gente!

Opinião – O que esperar de 2017

Num ano de eleições, quando refletimos sobre a Guarda e os seus desafios para 2017, o que nos faz falta ou o que gostaríamos de ter para que o INTERIOR fosse menos interior, damos conta que nos estamos a repetir. Afinal, nem admira, é que o principal desafio continua a ser o mesmo: o despovoamento.

A falta de infraestruturas, de serviços públicos e de um tecido empresarial devidamente dimensionado quase que não passam de meras desculpas para continuar a excluir o interior do modelo de desenvolvimento integrado do país. Por isso, sempre afirmei, e continuo a afirmar, que o interior deve ser um desígnio nacional. No entanto, a mudança de paradigma é evidente. Se ontem o mote estava centrado em mais saúde, mais escolas, mais tribunais ou mais lares, hoje a preocupação é: “Desde que não nos tirem o pouco que ainda nos resta…” Isto é, acomodámo-nos à situação e deixámos de ter ambição para reivindicar e traçar um plano estratégico que potencie a excelência da posição estratégica. É um sintoma do mal que nos atravessa a alma e que nos pode fazer desistir dos nossos SONHOS, e de lutar para que eles sejam uma realidade.

Embora se deva continuar a apostar em infraestruturas, na modernização e beneficiação da linha da Beira Baixa, na isenção de portagens na A23 e A25 e na recuperação dos serviços públicos, “indevidamente” encerrados, precisamos, acima de tudo, de apostar em empresas que criem emprego (do género Tesla e/ou outras), pois só assim poderemos inverter o processo de desertificação humana. O interior já é atrativo para viver, o problema é que quem cá quer viver tem que sair em busca de um trabalho digno e compensador.

Um Dom Sancho repovoador, é disso que a Guarda precisa!

Ana Manso

Administradora hospitalar e Ex-Deputada

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