O Guarda Desportiva já passou à história e no seu lugar vai surgir o Guarda Futebol Clube, nome com o qual a colectividade disputará o próximo campeonato da IIª Divisão Distrital. A mudança foi anunciada na última Assembleia-Geral pela nova direcção, eleita na passada quinta-feira com 32 votos e um voto branco. Isto é, apenas 13 por cento dos associados.
Curiosamente, a maioria dos votantes integra os novos órgãos sociais. A situação não desmotiva a equipa de Carlos Chaves Monteiro, para quem era «demasiado precoce» dissolver o clube mais recente da cidade. Ao contrário do seu antecessor, o novo presidente da direcção acredita que o projecto tem «pernas para andar» e revelou que o seu primeiro objectivo é recomeçar de imediato com o futebol sénior e competir já esta época. «Não podemos comprometer-nos com a subida, mas esse é um objectivo a três anos, porque os recursos não são muitos», esclareceu o advogado e empresário, de 38 anos. Por isso, o desafio é encontrar atletas a «baixo custo» para formar uma equipa sem grandes encargos. No entanto, o dirigente admitiu aos jornalistas que o plantel já está «praticamente concluído» e que Paulo Barra está a ser equacionado para treinador, mas «ainda não há nada definido», acrescentou.
Com o que não contava era ter de arranjar alternativas ao Estádio Municipal para jogar: «A autarquia aconselhou-nos a procurar uma segunda opção porque há muitos clubes a utilizar aquele equipamento», referiu, adiantando que a solução deverá ser negociada com outras colectividades da Guarda. Entretanto, para levar os adeptos ao futebol – um dos grandes problemas da anterior direcção – Carlos Chaves Monteiro anunciou que serão praticados «preços acessíveis para o público em geral», enquanto os sócios terão entrada gratuita. Para o futuro, o dirigente promete criar «uma ou duas equipas jovens» e avançar com outras modalidades menos recorrentes na Guarda, como o andebol, o gira-volei ou o ténis de mesa. Quanto à mudança de nome, explicou a “O Interior” (ver entrevista na pág.3) que a inclusão do termo “Desportiva” não traz «qualquer valor acrescentado». Antes pelo contrário, «apesar de reconhecermos historicamente valor à Desportiva da Guarda, entendemos que houve um momento em que esse clube perdeu toda a confiança e credibilidade», sustentou.
Já Crespo de Carvalho, reconduzido na presidência da Assembleia-Geral, pediu «mais moderação e realismo nos objectivos» à nova direcção, embora considere que o principal desafio será colocar o Guarda Futebol Clube no Nacional. «Mas só seremos grandes quando formos capazes de ter grandes dirigentes», afirmou, reconhecendo que a experiência do anterior elenco directivo acabou por «servir de pouco, além da gestão». Agora, o empresário espera que os seus sucessores «também não desistam se os primeiros objectivos não se cumprirem». E doravante já será mais fácil extinguir a colectividade. É que, na quinta-feira, os sócios aprovaram uma alteração estatutária que permite dissolver o clube por uma maioria qualificada dos associados presentes, desde que a respectiva Assembleia-Geral tenha sido convocada para o efeito.
Os novos elementos
Integram os novos corpos sociais do Guarda Futebol Clube, entre outros, Orlando Cordeiro, João Pissarra e Adalberto Pinto de Almeida (vice-presidentes da direcção). Vítor Nascimento lidera o Conselho Fiscal Jurisdicional e Disciplinar, coadjuvado por Paulo José Pereira (vice-presidente para área fiscal) e Carlos Saldanha (vice-presidente para a área jurisdicional). Da Assembleia-Geral fazem parte Luís Baptista-Martins (vice-presidente), Manuel Morais e João Dinis (ambos no secretariado). Já o Conselho Consultivo integra 21 elementos, entre os quais Fonseca de Carvalho, António Quinaz, Albino Bárbara, Raul Saraiva, Vítor Simões, António Ferreira e Daniel Esteves.
Luis Martins