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Guarda estraga festa em Pinhel

Apesar de ter acabado o jogo com oito jogadores, equipa de Paulo Barra adiou decisão do título para a última jornada

Impróprio para cardíacos, assim se pode classificar o jogo entre o Guarda Futebol Clube e “Os Pinhelenses”. No último domingo, os guardenses estragaram a festa da União Desportiva local, que só necessitava de um empate para garantir o regresso ao escalão principal do futebol distrital. No entanto, apesar de ter jogado quase toda a segunda parte em inferioridade numérica, a equipa treinada por Paulo Barra conquistou os três pontos que mantêm vivo o sonho da subida de divisão.

“Os Pinhelenses” tiveram um ligeiro ascendente territorial nos primeiros minutos, embora a primeira ocasião de golo tenha pertencido aos visitantes, quando Nuno permitiu a defesa a Bruno. Logo de seguida, Nilton apareceu em boa posição para marcar, mas cabeceou muito frouxo. A primeira jogada de perigo dos locais aconteceu apenas aos 22’, quando Adegas quase aproveitou um desentendimento entre Dani e Palhota. O Guarda FC estava melhor nesta fase e, no minuto seguinte, Manel rematou perto do poste direito. Aos 28’ foi a vez de Fernando desferir um remate enrolado e perigoso para a baliza pinhelense. Passados três minutos, Nilton pareceu ter sido carregado em falta na área por Ginha, só que o árbitro entendeu que o avançado se atirou ao chão e mostrou-lhe o amarelo, um cartão que acabou por ser determinante mais adiante.

Aos 44’, os guardenses chegaram mesmo ao golo. Desentendimento colectivo na defesa da casa, com Luís a aproveitar uma bola perdida para atirar rasteiro para a baliza. Em desvantagem, os comandados de Paulo Baptista entraram na segunda metade com vontade de alterar os acontecimentos. O primeiro sinal foi dado por Ganau logo aos 46’, ao obrigar Palhota a defesa atenta após boa jogada individual. Aos 49’ Nilton viu o segundo amarelo, após jogada dividida com Ginha, e foi expulso. Em vantagem numérica, os pinhelenses apostaram ainda mais no ataque, enquanto os guardenses se dedicaram ao contra-ataque. Contudo, à hora de jogo, Ganau desenhou mais uma boa jogada na direita e cruzou, causando o pânico na defesa visitante. Aos 63’ Dani foi expulso, deixando a equipa de Paulo Barra reduzida a nove jogadores. Mas 10 minutos depois Manel marcou o segundo golo do Guarda FC, aproveitando mais um “brinde” da defesa local.

Com os pinhelenses balanceados para o ataque, os visitantes aproveitaram para protagonizar rápidos lances de contra-ataque, mesmo só com dois homens na frente. Aos 77’, Fernando serviu Manel, que rematou à malha lateral. No entanto, os esforços dos locais acabaram por surtir efeito um minuto depois. Livre de Ganau na direita com Piço, ao primeiro poste, a desviar com êxito apesar de muito marcado. Aos 80’, Paul jogou a bola com a mão, tendo ficado o segundo amarelo por mostrar. Aos 87’, Adegas desperdiçou uma excelente oportunidade para marcar o golo que garantia a conquista do campeonato. Já em tempo de compensação, Quintas também viu o segundo amarelo, deixando o Guarda FC a jogar com oito. Aos 96’, o segundo golo de Ginha foi anulado por indicação do árbitro assistente. O trio de arbitragem, chefiado por Pedro Afonso, cometeu alguns erros, em prejuízo, especialmente, do Guarda FC.

No final, Paulo Batista reconheceu que os visitantes mereceram ganhar o jogo e que o Pinhel esteve «muito abaixo daquilo que sabe fazer», sublinhando que a esperança de ser campeão continua intacta, até porque treina a «melhor equipa» do campeonato. Do outro lado, Paulo Barra considerou a vitória «indiscutível», admitindo ter havido «algum excesso de rigor de um dos melhores árbitros do Distrital numa ou outra expulsão». No domingo, o Guarda FC precisa ganhar ao Freixo de Numão para subir, mas para isso o Pinhel tem que perder em Vila Franca das Naves. De resto, aos pinhelenses basta um empate para conquistar a série A da IIª Divisão.

Ricardo Cordeiro

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