Arquivo

Guarda – Capital Europeia da Cultura

Agora Digo Eu

Numa notável intervenção do presidente da Câmara Municipal da Guarda soube-se que a cidade mais alta vai ser candidata a candidata a Capital Europeia da Cultura em 2027, mesmo percebendo que estão na corrida Coimbra, Évora, Viana do Castelo, Leiria, Ponta Delgada, Viseu e, pelos vistos, a procissão só agora vai no adro…

Os pressupostos necessários à candidatura têm a ver com a valorização do património cultural tendo em conta as manifestações culturais, correntes artísticas, cooperação, criação e mobilização sabendo acolher os cidadãos da União Europeia, e não só, promovendo o diálogo cultural, explorando o património histórico e arquitetónico bem como a qualidade de vida na urbe.

A Guarda consegue satisfazer todos estes pressupostos surpreendendo todas as outras candidaturas, pois tem equipamentos, espaços públicos, salas de espetáculos, passado, presente, motivação cultural, associativismo, acolhimento (se necessário o de proximidade familiar), cultura popular diversificada, rotas históricas, gastronómicas e turísticas que outros gostariam de ter.

Nesse abraço fraterno com nuestros hermanos temos mais de dois terços da Serra da Estrela (se tudo correr como previsto, será Geoparque da UNESCO – património da humanidade), a maior bacia hidrográfica do país – rio Mondego, rio Zêzere a desaguar no Tejo, Côa a desaguar no Douro (metade do país bebe a nossa água). A serra de Malcata, a da Marofa, o riquíssimo ecossistema do rio Águeda, as gravuras rupestres do Côa também elas classificadas património mundial pela UNESCO, as nossas aldeias históricas, pelourinhos, calçadas romanas, monumentos megalíticos. Almeida, Castelo Rodrigo, Celorico, Trancoso, Marialva, Sabugal, Sortelha, Castelo Mendo, Vilar Maior, Linhares, Jarmelo. A principal fronteira terrestre. A produção de vinho do Porto com incidência na Mêda e Foz Côa. Pinhel com o belo tinto. Figueira com apreciado branco. Foz Côa com o melhor do Douro. Gouveia a fornecer os vinhos do Dão. O pequeno e resistente sector têxtil. O queijo de ovelha que, um dia, alguém alcunhou o melhor do mundo. O boi jarmelista, a ovelha bordeleira, o cão da serra, a fauna e flora serrana, o mel, azeite, amêndoa, o termalismo em Manteigas, Mêda, Sabugal, Aguiar da Beira, Almeida e isto sem esquecer toda a rica história do nosso ar.

O artesanato. As praias fluviais, Os monumentos da cidade e o ex-libris da nossa terra: A catedral. A diversão noturna. A presença judaica. O turismo religioso e a presença da vastíssima cultura popular. A gastronomia beirã. As acessibilidades: duas linhas de caminho-de-ferro e duas autoestradas (pena é e foi que, em tempo de vacas gordas, Cavaco, não tivesse arriscado um aeroporto na zona centro do país).

Para que tudo seja perfeito podemos e devemos apostar em substantivas modificações acabando com algumas barreiras arquitetónicas que teimam em persistir, criando outras e novas centralidades a começar desde logo pela urgente recuperação do degradado centro histórico.

Com a saída da GNR, que já devia ter acontecido, a avenida com início na Caixa Geral de Depósitos, seguindo pelo portão norte, com um túnel ou viaduto na subida do Hotel Turismo, continuando depois pela Rua Nuno Montemor até chegar à VICEG, com uma ou duas variantes à avenida Rainha Dª Amélia, aliás uma já iniciada na rua Engº Adelino Amaro da Costa.

A outra a lançar na rotunda dos 5 F’s com términus junto às piscinas municipais. A urgente variante à Sequeira lançada a partir da VICEG, provavelmente com passagem aérea ou subterrânea na travessia do caminho-de-ferro, agora que se sabe que a linha da Beira Baixa vai ser uma realidade, retirando o caótico transito da Avenida de S. Miguel, servindo os bairros de Nossa Senhora de Fátima, Santo António e Sequeira com términus no Outeiro de S. Miguel.

E depois temos as pequenas obras conhecidas como trabalho de ourivesaria que irão seguramente dar mais vida e embelezar as nossas freguesias.

Estando na corrida cidades importantes e interessantes, sinceramente, a nossa com tudo aquilo que possui, com enorme vontade de vencer, onde inquestionavelmente todos devemos puxar para o mesmo lado, esperando todo o apoio dos deputados do círculo eleitoral da Guarda, dos municípios, Assembleias Municipais do distrito e também da CIM, ganhando assim indiscutível vantagem, a palavra-chave é e tem de ser necessariamente esta: Estamos nessa. Força Guarda. Bora lá…

Por: Albino Bárbara

Sobre o autor

Leave a Reply