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Guarda, a porta da Europa

Crónica Política

Somos um povo generoso, voluntarioso e fatalista.

Tentados sempre a ver o lado negativo das coisas e a valorizar a intriga em vez de analisar com rigor e objetividade a importância e o significado das coisas.

Vem isto a propósito da primeira edição da Feira Ibérica de Turismo.

Uma iniciativa que se antecipa de sucesso atenta a grande procura de expositores.

Álvaro Amaro poderia bem queixar-se da pesada herança que o endividamento do Município da Guarda apresenta, mas optou e bem por respeitar a legitimidade de quem o antecedeu e certamente governou com a preocupação do interesse público.

Em vez de se lamentar, optou por valorizar o lado positivo, que as potencialidades da Guarda relevam, designadamente a sua localização geográfica no centro do grande mercado Ibérico.

A Guarda é a principal Porta da Europa de Portugal!

Há que potenciar este fator e iniciativas como esta ajudam a construir uma ambição maior.

É certo que a realização de um certame desta natureza exige uma organização profissional e como a Guarda não construiu uma estrutura de exposições, essencial ao desenvolvimento de um conjunto de iniciativas diversificadas, é necessário pagar mais pelo aluguer de equipamentos.

Não podemos é criticar o volume de investimento na realização deste evento e esquecer que não houve ambição para construir um equipamento adequado.

A Guarda precisa de ter sucesso nesta Feira de Turismo, lançar novas e diversificadas iniciativas de base económica, que afirmem a Guarda como um polo dinâmico no centro deste mercado ibérico.

Um mercado que ainda não está criado neste espaço sub regional, nem na economia nem na consciência dos cidadãos.

O investimento anunciado nas vias ferroviárias de ligação à Europa, as iniciativas do eixo Guarda/Viseu/Aveiro, a atração de investimento privado, a deslocalização de serviços do Estado podem ajudar ao sucesso desta estratégia e são certamente preocupações do executivo.

Há que ir mais longe.

A Guarda necessita de reivindicar para si a relação direta com Salamanca até agora polarizada por Coimbra e transportar para a CIM a exigência de no próximo Quadro de financiamento europeu, liderar um conjunto de iniciativas, que visem criar a base de uma nova economia sustentável neste espaço sub- regional Ibérico entre Salamanca e a área da nova CIM.

A fronteira é um espaço de oportunidades e confluência de culturas e de economia.

Olhar para as dificuldades e ver nelas oportunidades é próprio de um líder.

Olhar para o passado com respeito e para o futuro com ambição é próprio de um estadista.

É com esta atitude que os responsáveis políticos devem encarar o futuro.

Porque o que está em causa, não é o futuro dos políticos, mas sim o nosso futuro!

Por: Júlio Sarmento

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