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Greve acabou na Dura Automotive

Trabalhadores e administração chegaram a acordo sobre aumentos e regalias após oito dias de paralisação

Ao fim de oito dias de paralisação, a greve na Dura Automotive terminou na sexta-feira após a comissão de trabalhadores e a administração empresa terem chegado a acordo. Os operários regressaram ao trabalho no turno da tarde.

Segundo Sandra Sousa, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro/Norte (SITE) e membro da comissão de trabalhadores, «ficou acordado um aumento salarial [para 2014] de 2 por cento, no mínimo de 40 euros, para todos os trabalhadores», sendo que a multinacional vai ainda «analisar o reconhecimento de categorias», como era reivindicado, assim como pagar um prémio mensal de 15 euros por cada filho e «o prémio de 30 por cento do salário no final do ano». A greve teve origem na alegada discriminação salarial existente entre os trabalhadores da fábrica de Vila Cortês do Mondego (Guarda) e a unidade do Carregado, onde serão atribuídos «50 mil euros em prémios» mensalmente. De acordo com a comissão de trabalhadores, a paralisação teve uma adesão diária de cerca de 80 por cento dos operários – perto de uma centena de funcionários sobretudo das linhas de montagem. De resto, Sandra Sousa adiantou que a empresa aceitou descontar apenas três dias de greve, em vez dos sete, após pedido da comissão de trabalhadores.

Atualmente com 211 funcionários, a fábrica da Dura Automotive Portuguesa produz componentes e acessórios para automóveis nas instalações da antiga Femsa desde a década de 90. A empresa esteve em “lay-off” entre março e agosto de 2009 devido à falta de encomendas e à redução da produção. A situação motivou o despedimento de cerca de 50 colaboradores. Entretanto, o Bloco de Esquerda (BE), cujo líder parlamentar Pedro Filipe Soares esteve à porta da fábrica na véspera do acordo, já pediu ao Governo que assuma a defesa dos direitos destes trabalhadores considerando que as «desigualdades salariais entre trabalhadores que têm as mesmas funções e a mesma produtividade só são justificadas pela localização da empresa». Para o deputado, «o país não pode ficar indiferente a esta discriminação negativa do interior. Nem pode o Governo calar perante uma empresa que recebe benefícios para investir no interior e que, mesmo recebendo esses benefícios, tem uma política negativa contra os trabalhadores do interior».

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