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Governo quer prevenção como medida de combate aos incêndios

Benefícios fiscais para empresas que empreguem bombeiros voluntários em estudo

«Prevenção, prevenção, prevenção» é o grande plano do Governo para combater os fogos, assegurou o secretário de Estado Adjunto do ministro da Administração Interna, Luís Pais de Sousa, no colóquio “Guarda e os incêndios”, realizado na passada sexta-feira na cidade. Mas o governante não esconde que o primeiro “inimigo” a ultrapassar é «orçamental e financeiro».

As medidas específicas para evitar novas tragédias de dimensão semelhante à ocorrida em Agosto ainda não existem. Ardidos cerca de 336 mil hectares em todo o país, dos quais cerca de 40 mil pertencem ao distrito da Guarda, segundo números da Protecção Civil, é tempo de continuar alerta porque não «sabemos o que a Natureza e a meteorologia nos reservam», afirmou Pais de Sousa, adiantando estarem já no terreno equipas de limpeza dos leitos dos rios e de matos. Entretanto, o Ministério da Administração Interna (MAI) já garantiu a resolução de problemas com as corporações de bombeiros, nomeadamente a questão dos custos com os combustíveis, «assumidos» por algumas empresas do sector. Também a alimentação dos “soldados da paz” consta das medidas do Governo, em parceria com a Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, que pretendem «repartir, compensar e assumir» essas despesas. Outra dúvida prende-se com os dias de trabalho perdidos pelos bombeiros na primeira quinzena de Agosto devido aos incêndios. Uma matéria cuja solução não está a ser «nada fácil», confessou Luís Pais de Sousa, embora tenha revelado que o Ministério das Finanças está a estudar «medidas fiscais a vários níveis» direccionadas para estas empresas.

Os incêndios que devastaram todo o país fizeram suscitar novas problemáticas, mesmo ao nível a regulamentação, pois a lei orgânica, votada em Março, não previa fogos destas «dimensões». Para o secretário de Estado Adjunto, as parcerias entre os vários órgãos nacionais e regionais de bombeiros foram «bem sucedidas», dados os poucos meses de aplicação das leis. Quando questionado sobre novas medidas, Luís Pais de Sousa afirmou haver ainda «muito trabalho a fazer», desde a sensibilização das populações para a importância da floresta, formação e qualificação de recursos humanos e compreensão dos equipamentos adequados ao nossos país. No entanto, avisou que a prioridade do Governo vai passar a ser o combate aos incêndios no primeiro momento, desbloqueando, na medida do possível, a criação de Grupos de Intervenção Prioritária (GIP), necessários para um rápido controlo dos fogos, reconhecendo, por outro lado, que vai ser necessário ultrapassar o «inimigo orçamental e financeiro». Com poucas medidas tomadas, mas vários planos delineados, Luís Pais de Sousa afirma ter «valido a pena a unificação e construção de um novo serviço», deixando, por outro lado, um alerta a autoridades e populações sobre a «necessidade de se assumirem responsabilidades» perante a situação de «tragédia» que assolou Portugal.

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