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Governo procura encomendas para Delphi da Guarda

Revelação é de Joaquim Valente, que reuniu recentemente com os responsáveis da pasta da Economia

O Ministério da Economia está envolvido na negociação de novas encomendas para a Delphi da Guarda, anunciou o presidente do município após a última reunião do executivo. «Isso aconteceu no ano passado, com a linha da Fiat que veio da Roménia, e está agora a verificar-se de novo, porque havendo encomendas há trabalho», afirmou Joaquim Valente.

O autarca reuniu recentemente com Manuel Pinho e o secretário de Estado Adjunto da Indústria a propósito do despedimento anunciado de cerca de 500 trabalhadores na fábrica da multinacional norte-americana de cablagens e garantiu que o Governo está a «acompanhar de muito perto» o assunto. A tal ponto que será o próprio ministério, «através dos seus gabinetes», que está a procurar encomendas. «Fazer diplomacia económica também é uma das competências e responsabilidades da administração central, embora as cablagens sejam cada vez mais um sector muito frágil e que passa por algumas dificuldades», afirmou Joaquim Valente. No entanto, alternativas sustentadas é que parece ainda não haver – pelo menos, o autarca não as revelou.

«Temos que procurar dinâmicas económicas por outros caminhos, que valorizem os nossos produtos e recursos endógenos, além de potenciar o turismo», desafiou. O edil sustentou ainda ser «cada vez necessário encontrar soluções para modernizar e diversificar a nossa base económica e escolher outros caminhos que possam criar riqueza e dar sustentabilidade à região». Na reunião com os titulares da pasta da Economia, Joaquim Valente também abordou a crise têxtil que se vive na freguesia dos Trinta, onde cerca de 100 funcionários de duas das quatro fábricas a laborar na aldeia pediram a suspensão dos contratos de trabalho, invocando dois meses de ordenados em atraso. Mas também neste caso não haverá grandes alternativas que não sejam a garantia dos subsídios de desemprego. «Devido à sua idade, são pessoas que vão ter dificuldade em regressar à vida activa», alertou o autarca.

Câmara dá 100 euros por vitelo jarmelista

A Câmara da Guarda aprovou também a atribuição de um subsídio de 100 euros por vitelo nascido e inscrito no registo zootécnico da raça bovina jarmelista. Este apoio tinha sido solicitado, em Novembro do ano passado, após o reconhecimento destas vacas oriundas do Jarmelo, lugar situado a cerca de 15 quilómetros da cidade, como raça autóctone nacional. «O objectivo deste subsídio é ajudar os produtores a preservar estes animais, que são um património nosso, e também incentivar a sua criação, porque disso depende a continuidade daquela classificação», disse o presidente do município. Nesse sentido, esta ajuda vai vigorar «até que seja necessária à consolidação da jarmelista», acrescentou.

À data do reconhecimento oficial pela Direcção-Geral de Veterinária tinham sido identificados cerca de 30 animais, espalhado por uma dezena de criadores, um número que significou a sua quase extinção. Contudo, agora o desafio é conseguir chegar aos 200/300 exemplares em 2013. A raça jarmelista está classificada como de interesse municipal desde Abril de 2006, por deliberação unânime da Assembleia Municipal da Guarda. Anualmente, O Jarmelo é o palco de uma feira concurso para as raças autóctones.

Luis Martins

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