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GNR da Guarda apreende “arsenal” de armas

Tribunal de Seia determinou aos quatro detidos a apresentação periódica às autoridades

Apresentação periódica às autoridades. Foi esta a medida de coação que o Tribunal de Seia aplicou aos quatro indivíduos detidos na semana passada, numa localidade do concelho de Tondela, pela posse de uma grande quantidade de armas em situação ilegal. Esta acção levada a cabo pelo Grupo Territorial da GNR da Guarda descobriu um verdadeiro “arsenal” do qual constavam 14 mil munições e cerca de 180 armas de defesa, entre as quais uma espingarda automática AK-47, de fabrico soviético, mais conhecida por Kalashnikov.

Na sequência de investigações, iniciadas há dois anos após a apreensão, em Seia, de duas armas ilegais pelo Núcleo de Investigação Criminal de Gouveia, a GNR desenvolveu uma operação na quarta-feira da semana passada na localidade de Carraposinha, concelho de Tondela, tendo apreendido uma grande quantidade de armamento em situação ilegal. No decorrer da acção, em que foram detidos quatro homens, pai e três filhos com idades compreendidas entre os 30 e os 60 anos, foi dado cumprimento a cinco mandados de buscas domiciliárias e 12 mandados de busca em veículos automóveis, explica o comandante distrital da GNR da Guarda. Foram apreendidas armas de calibre e natureza tão diferentes como uma Kalashnikov, 68 pistolas, 54 armas de caça, 49 revólveres, oito carabinas, componentes de espingardas automáticas G3, duas miras telescópicas, bem como diversos componentes e acessórios de armas de fogo, explosivos, detonadores, dois silenciadores, aparelhos de transmissões e cerca de 14 mil munições de diversos calibres. Todo este material foi apreendido em duas oficinas de reparação de armas, sendo que um dos detidos é titular de um alvará para a exploração de uma delas.

«Esta é uma apreensão de grande monta que excede o que é normal», reconhece o tenente-coronel Óscar Rocha, comandante distrital da GNR, realçando que apesar de terem «algumas indicações» do que poderiam encontrar, os militares nunca pensaram descobrir «este arsenal», admite. A operação envolveu cerca de 60 militares, na maioria do Grupo Territorial da GNR da Guarda e os restantes de Viseu. «Em aberto» está a possibilidade das armas, em «situação ilegal porque não tinham registo», serem para comercializar, pelo que as investigações vão prosseguir de modo a «tentar esclarecer os motivos da posse e a origem de tão elevado número de armas, algumas proibidas e de guerra, suspeitando-se que os detidos se dedicassem à sua alteração para posterior venda», admite Óscar Rocha. Entretanto, depois de ouvidos, o Tribunal de Seia determinou que os quatro homens se apresentem periodicamente às autoridades. O antigo armeiro e um dos filhos, que continuou a actividade do pai e possui alvará para consertar armas, ficaram obrigados à apresentação no posto policial da sua residência três vezes por semana. Já os restantes dois arguidos são obrigados a apresentações semanais.

Mas não se pense que esta operação se ficou pela extensa lista já apresentada. Na sexta-feira foram apreendidas mais armas e munições que estavam escondidas dentro de um “bunker” existente no interior de uma oficina, tendo sido descobertas por agentes da GNR no âmbito de uma operação efectuada ao abrigo de um mandado judicial de busca. Nesta segunda acção foram apreendidas 15 pistolas, uma caçadeira de canos serrados, cinco revólveres, uma carabina e 30 munições de diferentes calibres.

Ricardo Cordeiro

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