Gil Vicente é o autor em destaque este mês na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL), na Guarda.
Aquele que é considerado o “pai” do teatro português é o tema de um ciclo de atividades programadas a propósito dos 500 anos do “Auto da Barca do Inferno”. De Gil Vicente (1465?-1537?) pouco se sabe. Alguns investigadores dão-no como dramaturgo e ourives que provavelmente nasceu em Guimarães, mas que cedo se fixou em Lisboa. Na capital, a sua principal ocupação parece ter sido a de escrever e representar autos nas cortes do rei D. Manuel e do rei D. João III. A primeira notícia sobre as suas atividades artísticas alude à representação, no dia 8 de junho de 1502, de um monólogo à rainha D. Maria. É considerado o primeiro grande dramaturgo português, além de poeta de renome, tendo produzido mais de 40 peças de teatro, algumas das quais publicou. Colaborou no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende. No entanto, só em 1562 é que o seu filho Luís Vicente publicou toda a sua obra em “Compilaçam de toda las obras de Gil Vicente”.
A BMEL evoca o dramaturgo através de uma mostra bibliográfica, de conferências – a próxima está agendada para dia 21 por Fernando Carmino Marques sobre a “Arte poética de Gil Vicente” – e de sessões de leitura expressiva do “Auto da Barca do Inferno adaptado para os mais novos”, de Rosa Lobato de Faria, nos dias 16 e 17. Esta atividade destina-se a crianças do 3º e 4º ano do primeiro ciclo do ensino básico. Entretanto, até ao final do mês, a biblioteca guardense tem patente a exposição “Fragas Falantes: 20 anos 20 tipos de letra 1996-2016”, de Jorge dos Reis. Já na segunda e terça-feira, a escritora Maria João Lopo de Carvalho estará nas bibliotecas das Secundárias Afonso de Albuquerque e Sé, das escolas básicas de S. Miguel e Carolina Beatriz Ângelo e no Estabelecimento Prisional no âmbito da iniciativa “Encontro com o autor”.