O coordenador da delegação da Guarda do Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZC) defendeu, na segunda-feira, que a gestão dos mega-agrupamentos será «muito difícil». Asdrúbal Lero considera que a medida foi tomada «de forma precipitada» pelo Ministério da Educação.
«Antes de se fecharem as escolas não foram ouvidos todos os elementos que envolvem o ensino, até porque há mudanças que podem ficar mais caras ao país», sustentou o responsável. Para Asdrúbal Lero, a decisão vai contribuir para «uma grande “ginástica” por parte dos órgãos de gestão, que não tiveram férias para pôr tudo isto a funcionar». O sindicalista disse ainda que «os próprios transportes têm que se salvaguardar, sendo que os alunos vão ter que sair de casa muito mais cedo e nem vão ter hipótese de ter tempos livres acompanhados», até porque o «professor português é, na Europa, aquele que passa mais tempo na escola e menos tempo com o aluno», critica.
A avaliação dos docentes foi outro dos pontos focados na conferência de imprensa de segunda-feira. Asdrúbal Lero defendeu a sua «desburocratização», considerando que «não é com a avaliação dos professores que se vai melhorar a avaliação dos alunos, que estão menos tempo com os docentes». O coordenador guardense do SPZC criticou ainda o Ministério da Educação por manter esta avaliação, «desrespeitando a recomendação da Assembleia da República». É que várias providências cautelares «atrasaram os concursos, não tendo publicado sequer a lista de ordenação definitiva dos candidatos, cuja legalidade é questionável», afirmou. Aliás, Asdrúbal Lero admite que, relativamente aos concursos, «houve um desrespeito para com os professores».
Naquilo que apelidou de «atitude inadmissível», o sindicalista defendeu a abertura de vagas «para não haver tanta gente com contrato, porque não podem progredir na carreira». E deixou o alerta: «Hoje, a carreira de professor não é atractiva, não é dignificada. Num futuro muito próximo, não haverá professores. O estatuto não dignifica a carreira docente e não está a dignificar a educação», declarou.
Rafael Mangana