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Garagens alagadas por deslizamento de terra e água

No Bairro da Luz, a água nas garagens de alguns prédios chegou a ter 1,70 metros de altura

Foi na semana passada que os moradores da Rua Maria José Lucas, no Bairro da Luz, na Guarda, acordaram com água nas garagens e nos acessos. As chamadas para os bombeiros começaram logo de manhã, mas só após várias tentativas obtiveram resposta. Contudo, os voluntários só chegaram quando o nível da água variava entre o meio metro e os 1,70 metros nas garagens, enquanto, na rua, estava no limite de passar para a artéria vizinha.

Em resultado desta situação, os moradores dos prédios dois, quatro e seis tiveram prejuízos avultados, tanto materiais como morais. Nas garagens encontravam-se na altura quatro veículos, que ficaram submersos, arcas frigoríficas com alimentos e lenha, entre outros produtos. Após a água ter sido sugada para uma cisterna, os habitantes da zona depararam-se com um cenário pouco animador e só no passado sábado procederam, todos juntos, à limpeza da área sem o apoio de nenhuma entidade. Os moradores retiraram a lama e o entulho que veio com as águas e deslizaram até ali desde a rotunda da “Ti Joaquina”, alegam. Entretanto, entregaram uma exposição na Câmara da Guarda a relatar o sucedido e os prejuízos sofridos, à qual vão aguardar resposta até ao final desta semana. Os moradores pediram ainda pareceres à PSP, aos bombeiros e à Protecção Civil. Tudo para que se apurem responsabilidades, pois «estamos descontentes e sentimo-nos lesados, desmotivados, desamparados e sem apoios, mas queremos saber de quem é a responsabilidade», afirma Elvira Matos. A questão é agora saber como poderão ser ressarcidos dos seus prejuízos e encontrar soluções, com as entidades competentes, para evitar situações similares no futuro.

Esmeraldo Carvalhinho, vereador com o pelouro do Ambiente e vice-presidente da Câmara da Guarda, garante que a autarquia «assumirá a responsabilidade, se se concluir que foi sua», tendo já sido pedido um relatório para apurar o que se passou. O vereador adianta que os técnicos do município já estiveram no local para averiguar a origem da inundação e «se o problema forem as condutas das águas pluviais, a Câmara tem um seguro de responsabilidade civil». No entanto, segundo Elvira Matos, o caso não é novo: «Temos marcas nas paredes dos edifícios que comprovam situações anteriores. Como não há escoamento da água, a inundação repete-se sempre que há chuvas mais fortes. Compreendemos que os terrenos ali em cima sejam particulares, mas a cidade pertence a uma só Câmara Municipal», desafia. O vice-presidente assegura que os moradores serão ressarcidos pelos prejuízos, «basta que apresentem os custos à Câmara». Que só pagará no caso da avaliação técnica considerar a autarquia responsável, não havendo ainda uma data prevista para a conclusão dessa análise. De resto, os moradores lamentam que tenham limpo as garagens e a rua sozinhos e que a Câmara tenha aparecido apenas na segunda-feira, para recolher o lixo que foi posto nos terrenos vizinhos, e na terça-feira, para limpar as fossas, que estavam limpas, antes de terem ficado alagadas.

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