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Futuro do Hotel de Gouveia poderá ficar decidido amanhã

Debilidade da saúde do proprietário estará na origem da decisão da venda da unidade a um grupo holandês

«Há um grupo holandês interessado mas ainda nada está concretizado», garantiu a “O Interior” Januário Cunha, pai do actual proprietário do Hotel de Gouveia, a propósito das especulações e notícias que têm vindo a público sobre a possível venda da única unidade hoteleira daquela cidade serrana a um consórcio holandês. A possibilidade do hotel “mudar de mãos” não está fora de cenário e tudo pode mesmo ficar decidido amanhã, explica o ex-dono, que entregou a unidade ao seu filho, André Cunha, que se vê agora impossibilitado de continuar a geri-la por questões de saúde.

A decisão da venda «é nossa» devido à «debilidade física e de saúde dos donos», acrescenta Januário Cunha, que, apesar disso, lamenta a decisão do filho, pois o hotel continua a ser rentável «e de que maneira!», sublinha. «Se não tivesse esta idade pegava eu no negócio», garante o empresário, realçando que a estrutura hoteleira mais importante do concelho de Gouveia tem uma ocupação na ordem dos 40/50 por cento, o que «é óptimo nesta região», considera. De resto, as questões de saúde do filho e a idade avançada do pai parecem estar na origem da decisão da venda do hotel a um grupo holandês, que também “está de olho” na Estalagem de Seia, embora ainda não haja qualquer negócio concreto. Trata-se de uma sociedade formada por uma gouveense, casada com um holandês, que agora quer regressar e investir na sua terra natal. Apesar das tentativas de “O Interior”, não foi possível obter qualquer informação adicional sobre este grupo que, ao que parece, pretende fazer mais investimentos no distrito da Guarda.

De qualquer forma, no que concerne ao Hotel de Gouveia, as negociações «são capazes de ir a bom porto», diz Januário Cunha, esperando que amanhã haja uma resposta da parte deste misterioso consórcio. Caso contrário, o empresário garante que não vende e que poderá mesmo assumir novamente a gerência. Cunha faz notar que é contra esta solução, que só surgiu «porque não há saúde que chegue do meu filho», refere. Incerto é ainda o valor dessa hipotética transacção, mas ao que “O Interior” conseguiu apurar, o negócio envolverá verbas superiores a 2,5 milhões de euros. De salientar que se fala há muito em Gouveia na possibilidade da venda deste empreendimento hoteleiro devido a questões que se prenderiam com a sua rentabilidade económica. Uma situação que também veio à tona após as obras de remodelação e ampliação a que foi sujeito há alguns anos atrás, para além da possibilidade de surgirem em Gouveia outras unidades hoteleiras. Projectos que nunca saíram do papel. O Hotel de Gouveia foi inaugurado na segunda metade da década de 80, tendo vindo colmatar na altura enormes carências no domínio da hotelaria. Além da parte de hotel propriamente dita, a unidade começou por dispor de restaurante e bar, no rés-do-chão, mas rapidamente passou a prestar serviços de hotelaria e de restauração. Com uma grande procura nos pontos mais altos do turismo de Inverno e das quadras festivas, que contrastava com a reduzida taxa de ocupação nos períodos “mortos” do resto do ano, os seus responsáveis decidiram-se pela sua ampliação e remodelação de forma a aumentar a capacidade de resposta face à solicitação daquelas épocas do ano. Criar mais equilíbrios financeiros na sua gestão e exploração ao longo do ano foi um dos objectivos desta modificação, que abriu um novo ciclo naquela unidade hoteleira e que poderá fechar-se amanhã ou nos próximos dias com este possível negócio com o grupo empresarial holandês.

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