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Futuro da Gartêxtil em aberto

Plenário a realizar este domingo pode ditar pedido de falência ou a análise da eventual venda da empresa

Um novo plenário das 200 trabalhadores da Gartêxtil a realizar este domingo, pelas 10 horas, vai escolher o rumo a seguir para a empresa da Guarda-Gare. Em cima da mesa poderão estar a análise da eventual venda da empresa ou o pedido de falência da unidade, mas para tal suceder é necessário que as operárias decidam previamente pela rescisão do seu contrato de trabalho.

Recorde-se que na última reunião das trabalhadoras, realizada em finais de Fevereiro deste ano, Carlos João, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sector Têxtil da Beira Alta (STBA), revelou que havia sido apresentada uma proposta de compra da empresa e de reabertura da empresa, encerrada desde Maio de 2002. Agora, passados dois meses, o dirigente sindical diz que se registou «alguma evolução» no eventual processo de aquisição, já que terão decorrido «várias reuniões entre os interessados e alguns organismos», embora não saiba «qual a receptividade encontrada», indica. Contudo, até ao dia de amanhã, Carlos João acredita que receberá novidades por parte dos interessados, de forma a poder transmiti-las às trabalhadoras. Desta forma, «à partida, o interesse continua de pé», até porque «ainda nada foi dito em sentido contrário», sublinha. Desta forma, e ao que tudo indica, o eventual pedido de falência não deverá suceder este domingo, até porque antes de tal opção ser tomada, as trabalhadoras «terão que rescindir o seu contrato de trabalho com a empresa», explica.

No último plenário, Carlos João escusou-se a revelar o nome dos interessados, referindo apenas que eram «pessoas jovens, com conhecimentos do ramo têxtil e que demonstraram algum interesse em reabrir a empresa», disse. Na altura, adiantou ainda que o sindicato ia «apoiar com todas as forças ao seu dispor esta intenção de reactivação», esperando, por outro lado, que o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI) apoie a iniciativa apresentada. Da mesma forma, as trabalhadoras não tencionam desistir de apurar o que se passou na empresa para que tenha fechado ao fim de quatro anos após a injecção de 370 mil contos de apoios, atribuídos pelo IAPMEI, e de um processo de recuperação durante o qual o seu passivo foi drasticamente reduzido e com prazos de pagamento a longo prazo (10 anos), tendo os trabalhadores abdicado de 90 por cento das suas remunerações em atraso.

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