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Futuro da Adega da Covilhã continua em aberto

Francisco Matos Soares aguarda resposta da CGD sobre pedido de empréstimo para avançar com candidatura

Os cerca de 80 associados da Adega Cooperativa da Covilhã que estiveram presentes na Assembleia Geral, realizada na noite da última sexta-feira, aprovaram o adiamento da reunião por mais 15 dias. Isto porque ainda há uma entidade bancária que não aprovou o plano de viabilização financeira apresentado por um grupo de sócios que quer gerir os destinos do organismo. Francisco Matos Soares, porta-voz dos interessados, pede «paciência e confiança» aos sócios para que não entreguem as uvas noutros agentes, sob pena do futuro da adega poder ficar hipotecado.

«A situação já evoluiu, mas ainda não o suficiente para apresentarmos a lista e irmos a votos. A razão tem apenas a ver com um banco que ainda não deu a resposta», disse no final da sessão. Trata-se da Caixa Geral de Depósitos e aquele que deverá ser o futuro presidente da Adega revela que tem a «indicação de que irá ser aprovado», o que deverá demorar entre «10 a 15 dias». Quanto à Caixa Agrícola e ao BCP, outros dos maiores credores da Adega, já deram o seu aval. Os valores envolvidos no empréstimo deverão rondar os três milhões de euros, sendo que uma parte vai «passar para longo prazo, de modo a aliviar a tesouraria e podermos pagar aos associados» as campanhas dos últimos quatro anos. Nesse particular, as dívidas ascendem a cerca de 2,2 milhões de euros. O restante servirá para relançar comercialmente a cooperativa. O funcionário da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro pede «esperança» aos associados e para «que não vendam as suas uvas» noutros locais, pois «já andamos há algum tempo nisto e temo-nos esforçado o possível para que possamos levantar a adega».

O que só é possível «se a banca apoiar e os associados trouxerem as uvas, caso contrário não conseguimos viabilizar a Adega», avisa. Para o provável futuro dirigente, este é um «aspecto muito importante», pelo que solicita aos sócios que «acreditem nesta solução de futuro». Assim, «é preferível as pessoas aguardarem mais algum tempo e por 15 dias não vamos hipotecar toda a actividade vitivinícola do concelho da Covilhã», até porque a direcção continua em funções «a trabalhar normalmente», a contratação de pessoal e a manutenção também estão a ser assegurados. A principal aposta do grupo de associados interessados em assumir os destinos da Adega passa por «alterar a forma de pagamento» aos sócios. «A nossa ideia é pagar 50 por cento do valor estimado da liquidação logo no acto de entrega das uvas. O restante será pago em meados do ano seguinte», indicou. Outro dos projectos que a única lista candidata pretende levar a cabo é o lançamento de uma campanha de marketing para dois vinhos, o Conde Julião, um vinho regional que vai passar à classe DOC, e o Monte Serrano.

Ricardo Cordeiro

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