Um funcionário dos Bombeiros Voluntários da Covilhã foi despedido pela direcção da associação humanitária por ter feito 21 chamadas para o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), tendo sido acusado de «abuso de confiança» e de ter dado um prejuízo de 1,16 euros.
O STAL entregou terça-feira no Tribunal da Covilhã uma «providência cautelar para que o funcionário volte a ser admitido», revelou José Alberto Baptista, delegado distrital do STAL. Para o sindicalista, o funcionário que trabalhava como telefonista na corporação covilhanense foi despedido no âmbito de um «processo disciplinar» que «nada teve a ver com a ridícula quantia», mas com o facto de ser dirigente sindicalista, acusou. «E a prova de que não é o trabalho do funcionário que está em causa é que o mesmo foi distinguido com «louvor» o ano passado, para além de que o processo apenas foi instaurado àquele funcionário quando é prática comum efectuarem-se chamadas do quartel. A única restrição interna é que sejam para a rede fixa», acrescenta José Alberto Baptista. A ideia de perseguição é ainda fundamentada pelo facto do funcionário ter tido falta no dia da greve da Administração Pública, mesmo quando houve pré-aviso de greve.
Por sua vez, Emídio Martins, presidente da direcção da associação humanitária dos BVC, refuta as acusações do STAL e diz que o despedimento se deve ao «abuso de confiança» do funcionário, que estava a ser alvo de um processo disciplinar há cerca de dois meses. «O STAL teve oportunidade de se pronunciar na altura, mas só agora é que vem para a praça pública. Não sabemos qual é a intenção do STAL», critica. «E não se trata de perseguição nenhuma, porque temos na associação 17 funcionários sindicalizados», justifica, além de que ele próprio e os elementos da direcção também foram ou ainda são sindicalizados. Quanto à falta da greve, Emídio Martins diz que o funcionário teve falta porque se tratava de um serviço mínimo que deveria estar assegurado com o funcionário por causa de uma eventual chamada de socorro.