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From the Mayflower to the Seaflower

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A colónia Americana de Plymouth foi fundada após a chegada de colonos ingleses no barco Mayflower. Era o ano de 1620 e a viagem dos peregrinos (the pilgrims) durou sessenta e cinco dias. No início, a adaptação quase impossível redundou em muitas mortes e foi a chegada dos Wampanoags – os índios (native americans) que veio a ser uma preciosa ajuda à sobrevivência do grupo.

Esta relação com base muito comercial foi o pilar de sustentação de crescimento da colónia. Durante cinquenta e cinco anos a Nova Inglaterra desenvolve-se de forma estonteante. Os americanos comemoram ainda hoje uma festa que comemora as primeiras colheitas e alguma abundância depois de tempos difíceis, é a festa do Outono que dura três dias e se chama Thanksgiving (23 a 25 de Novembro).

O sentido comunitário do Mayflower e as regras da única casa em que habitaram os Pilgrims no primeiro ano (sem ajuda dos Índios) é um tema muito especial e serve de base a alguns dos textos constitucionais da América. Mas este é outro tema.

O que me faz escrever hoje é falar desta realidade associada a outra muito mais grave que é a do Seaflower que em 1676 parte de Nova Inglaterra para o Caribe carregando escravos índios. Os filhos do Mayflower subjugavam os filhos dos Wampanoags que os haviam recebido. Para trás estava uma guerra de 14 meses –The King Phillip War carregada de violência extrema, onde milhares de índios e colonos haviam morrido. Phillip, pasme-se, era o filho de Massassoit o líder dos Wampanoags que recebera os Pilgrims.

O que levou a este desfecho de uma relação lucrativa e vantajosa? Onde se desenvolveu o ódio, em que palha ardeu o fogo? Ou havia já sinais de erro, uma relação desigual, um lado a lado desconfiado? Da amizade ao ódio, do amor ao rancor. Aqui está um tema fascinante que tem por base uma energia negativa subjacente entre relações que se pensam cordiais ou próximas. Existe algo que nasce torto e se vai aceitando sem reparo por trás destas relações. Como se o azeite se misturasse com a água. É desta matéria que fala o livro de Nathaniel Philbrick “Mayflower” que o meu querido amigo Wynn Gunderson me fez chegar ás mãos. Ando a ler e a ver se percebo isto e se encontro um nome para esta existência má por trás de uma aparência excelente.

Por: Diogo Cabrita

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