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Frescos descobertos na igreja de Argomil

Achado aconteceu, por acaso, durante as obras de restauro do altar mor

Foram recentemente descobertos na igreja de Argomil, anexa de Pomares, no concelho de Pinhel, uns frescos que António Barreiros, responsável pelo restauro, pensa serem do século XVI. O achado aconteceu, por mero acaso, durante as obras de restauro do altar mor do templo, iniciadas em Maio, estando a suscitar muito interesse por parte da população.

A obra de arte situa-se atrás do altar da Igreja de Santa Maria e estava completamente coberta por madeira, daí que os frescos tenham permanecido escondidos até agora. O painel foi pintado na própria parede da igreja, tem 4,10 metros de comprimento por três de altura e está subdividido em cinco obras que representam a vida de Nossa Senhora. A parte superior do mural representa a elevação de Nossa Senhora aos céus, enquanto que a inferior evoca a sua vida na terra. Pode inclusivamente observar-se a Anunciação do anjo, o retrato do presépio e a adoração dos Reis Magos ao Menino Jesus. Para além destes elementos, constam do painel vários elementos florais e decorativos. Algumas das imagens pintadas são também muito semelhantes às figuras dos santos que existem na igreja, pelo que foi mais fácil identificar as pinturas. António Barreiros acredita que os frescos terão sido feitos ainda durante a construção da igreja de Argomil, isto é, no século XVI. O achado será revelado ao público no dia 8 de Setembro, data da tradicional romaria da Senhora da Lagoa.

Apesar do tempo, grande parte das pinturas continuam perfeitamente visíveis e em bom estado de conservação. Os frescos vão agora ficar à vista de todos, embora estejam atrás do altar, já que estarão protegidos com um vidro por causa da luz artificial que se estima poder danificar as pinturas. Até ao fecho desta edição, o achado ainda só teria sido comunicado ao padre da localidade e à Diocese da Guarda. “O Interior” tentou obter uma reacção do delegado do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) de Castelo Branco, mas José Afonso ainda não tinha conhecimento desta descoberta por se encontrar de férias. Incontactável esteve o padre Eugénio da Cunha Sério, presidente da Comissão de Arte Sacra da Diocese da Guarda, que só anteontem deveria ter ido a Argomil ver o mural.

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