Almeida vai ser palco de mais uma recriação histórica, no âmbito das tradicionais Comemorações da Batalha do Buçaco. O cerco da vila será protagonizada pela Associação Napoleónica Portuguesa e outras associações estrangeiras do género, tendo como pano de fundo a fortaleza e a praça-forte de Almeida. Durante todo o fim-de-semana será simulada uma revisitação histórica do dramático cerco da vila, que ocorreu antes da Batalha do Buçaco, durante a Terceira Invasão Francesa em 1810. O evento é organizado pela Câmara local.
Esta iniciativa abre o caminho para as Celebrações do Bicentenário das Invasões Peninsulares em Portugal. O programa diversificado assente em factos históricos tem como cenário toda a zona amuralhada adjacente à praça central da vila. Através desta encenação vão ser reconstituídos os terríveis momentos do cerco, bem como a trágica explosão do paiol, que levou à capitulação daquela temida praça-forte. A encenação começa amanhã à noite, com a simulação da ronda de sentinelas nas portas e os Bastiões da Fortaleza. Toda a cidade será decorada a preceito, com bandeiras, bandeirolas e as luminárias exteriores a simular os acampamentos franceses. Actores e cavaleiros de várias nações dão corpo a um espectáculo onde não faltará performance e pirotecnia. Este regresso ao passado tem como ponto de partida o dia 1 de Agosto de 1810 e a proclamação de Massena, duque de Rivoli, aos portugueses, que antecedeu o cerco da praça-forte a 15 de Agosto, o dramático rebentamento do paiol registado no dia 26 e a capitulação a 28 de Agosto. As crónicas contam mais ou menos assim esta batalha, que vai ser recriada nos fossos e na Praça da República.
No sábado, as hostilidades terão início às 9h30, com o hastear das bandeiras dos países participantes na Praça Alta, seguindo-se a cerimónia de homenagem aos mortos do Cerco e a John Beresford. Às 15 horas, o acampamento-museu abre-se à população. Seguindo-se a simulação do aprisionamento, julgamento e fuzilamento do espião francês. Ao fim do dia, as tropas preparam-se para a batalha e cercarão Almeida, travando-se vários combates junto às Portas de S. Francisco, com infantaria, cavalaria, artilharia e populares vestidos à época. Ao cair da noite, dar-se-á um combate nocturno nas ruas da vila com a infantaria, fogo de artilharia e efeitos pirotécnicos. Por fim, no domingo de manhã realiza-se uma cerimónia evocativa dos acontecimentos, que antecede a batalha e a reconstituição do cerco, com combates nas portas de S. António, que culminam com a explosão do paiol e a rendição da praça. O evento termina com um serviço religioso nas Casamatas. Segundo a organização, o momento recriado apresenta uma grande dose pedagógica, já que os espectadores ficam a saber mais sobre um dos acontecimentos mais marcantes da história das Terceiras Invasões Francesas.
Patrícia Correia