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Foz Côa aposta na poesia internacional

Festival de poesia assinalou 30º aniversário com autores portugueses e angolanos

A poesia portuguesa e angolana estiveram em destaque no festival organizado pelo município de Vila Nova de Foz Côa na semana passada. Na quinta-feira, na abertura de um evento que já se realiza há 30 anos, o presidente da autarquia manifestou mais uma vez a vontade de fazer da cidade a capital cultural do interior.

Gustavo Duarte salientou que «somos o único concelho do país com dois patrimónios mundiais e isso traz-nos responsabilidades» e saudou todos os escritores presentes no festival, tendo dedicado uma «palavra especial» para Luandino Vieira, dono de um currículo «muito valioso», tendo sido distinguido com o Prémio Camões em 2006. O autarca salientou que «temos poesia há 30 anos e não há muitas terras que se possam orgulhar disso», sustentando que «é com estas realizações e com outras do género que queremos ser a capital cultural do interior». Gustavo Duarte realçou que, «com o passado e o presente que temos, penso que Foz Côa pode aspirar a ser um centro cultural no interior», defendendo que «temos tido algumas realizações culturais de algum gabarito para o interior». De resto, considerou que «há um conjunto de fatores que nos levam a poder dizer que Foz Côa, em termos de cultura, está viva e é isso que queremos continuar a fazer, daí realizarmos estes festivais e outros de outra índole», destacando a programação «diversificada» do concelho no campo «da arte, da cultura e do património».

Sobre o festival de poesia, o presidente do município assinalou que o certame comemora 30 anos de existência, frisando que «não é muito vulgar um concelho do interior apostar neste tipo de festivais mas o que é facto é que as escolas e a própria população tem aderido nos últimos anos e temos de fazer jus à cultura e ao património que temos no concelho». Por seu turno, o diretor do evento considerou que «os fozcoenses ganharam muito com este festival» e, apesar de não ter sido realizado ao longo de 30 anos seguidos em virtude de algumas interrupções, «provocou surpresa, mas sobretudo uma satisfação enorme naqueles que descobriram de um dia para o outro a possibilidade de encontrar em Foz Côa os grandes poetas portugueses e isso foi um grande contributo para as pessoas da região. Jorge Maximino indicou que este ano decidiu-se «fazer uma primeira experiência com uma primeira abertura para a internacionalização do festival de poesia e decidimos que seria bom fazer a abertura para a internacionalização com poetas de outras culturas da nossa língua e neste caso concreto com poetas angolanos».

Já no próximo ano, «em princípio», o festival terá uma grande participação de poetas africanos de língua portuguesa e também brasileiros. Deste modo, «de forma muito simbólica o 30º aniversário da fundação fica marcado com esta presença, embora com poucos poetas angolanos, mas muito forte no que diz respeito à importância que tem para nós esta ligação à poesia angolana e, sobretudo, para nos catapultar, a partir do próximo ano, para um festival internacional», reforçou o responsável.

Aurelino Costa recitou vários poemas na abertura do certame

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