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Fórum de Segurança Rodoviária na Guarda

Nos últimos 20 anos perderam a vida nas estradas portuguesas 40 mil pessoas – o equivalente à população do concelho da Guarda

O Governo Civil da Guarda e a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) promoveram, na sexta-feira, o Fórum Distrital da Segurança Rodoviária. A sessão contou com a presença dos representantes das forças de segurança e de alguns autarcas do distrito, bem como do vice-presidente da ANSR, Luís Farinha.

O principal objectivo desta reunião foi divulgar a Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária (ENSR) e, em simultâneo, recolher contributos para a elaboração do documento e sua posterior implementação. O controlo de velocidade, a condução sob efeito do álcool e drogas, a formação, as condições do acesso ao título de condução e a avaliação dos condutores, bem como a formação e educação para a segurança rodoviária, o socorro às vítimas, a auditoria das vias ou a inspecção da sinalização e a fiscalização da segurança do parque automóvel foram alguns dos temas em análise.

Segundo Luís Farinha, nos últimos 20 anos perderam a vida nas estradas 40 mil pessoas. «O equivalente à população do concelho da Guarda», exemplificou. Registaram-se ainda 190 mil feridos, «quando o distrito tem 176 mil habitantes», e 1,1 milhão de feridos ligeiros, «o que significa que um em cada 10 portugueses sofreu consequências de acidentes rodoviários», explicitou.

Por sua vez, Maria do Carmo Borges referiu a necessidade de um maior empenho na redução da sinistralidade. «Já foi feito muito, mas é preciso não esquecer que se trata de uma questão de cidadania. Por muito controlo e boas vias que existam, não há prevenção que resista se não contarmos com as pessoas», alertou. De resto, a Governadora Civil aludiu ao papel das Comissões Coordenadoras da Segurança Rodoviária, «verdadeiros observadores locais e equipas multidisciplinares de extrema importância», considerou. Na Guarda, o organismo está em fase de instalação e, segundo anunciou a responsável, estará operacional em Junho, «altura em que irá substituir a actual comissão especializada». Na sessão, o vice-presidente da ANSR apresentou as principais linhas da ENSR e garantiu que os índices de sinistralidade «têm diminuído» no nosso país.

A expectativa da ANSR é que, em 2015, Portugal esteja numa «posição confortável» entre os 27 países que integram actualmente a União Europeia (UE), com indicadores de sinistralidade ao nível da Áustria e do Luxemburgo. Em 1975 estes dois países integravam o conjunto que ultrapassava os 300 mortos por milhão de habitantes e que hoje se situam abaixo da média europeia. O objectivo é colocar Portugal entre os 10 estados membros da UE com as taxas de sinistralidade mais baixas. O Fórum da Segurança Rodoviária vai percorrer o país até final de Maio.

Rosa Ramos

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