FORCEL é o nome da nóvel associação criada pelos municípios de Fornos de Algodres e Celorico da Beira para defender a produção, certificação e comercialização do queijo Serra da Estrela. Estes dois concelhos, grandes produtores desta iguaria regional, receiam que a produção local possa entrar proximamente em crise devido «à concorrência de outros queijos estrangeiros, à ausência de circuitos de comercialização e à falta de organização dos produtores», refere José Miranda, autarca de Fornos. Apesar de ser considerado como o melhor queijo do mundo feito de leite cru, o preço do Serra da Estrela não aumenta há dez anos, cifrando-se em 14 euros por quilo.
«A alteração dos hábitos alimentares dos consumidores, a par da carência de circuitos de comercialização que permitam chegar aos mercados e às grandes superfícies, estão na base das dificuldades que já se sentem no sector», avisa. Em causa está o despovoamento e o abandono da pastorícia e consequente fim daquela actividade económica. Por isso, José Miranda considera «essencial» a cooperação entre os municípios da região da Serra da Estrela que produzem queijo, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro e a Direcção Regional de Agricultura da Beira Interior (DRABI) para a protecção de um produto com elevado peso na economia regional. Sem esquecer a Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Serra da Estrela (ANCOSE) e a ESTRELACOOP – cooperativa de produtores. «O conjunto destas organizações devem de imediato começar a trabalhar num processo integrado que envolva a própria certificação», refere. Entretanto, a DRABI já disponibilizou um técnico para fazer a ligação entre as autarquias e produtores para a promoção do produto, apoio à criação de circuitos de comercialização e organização do sector.
