Há um capítulo repetido na novela em que se tornaram as eleições para a Federação do PS da Guarda. A candidatura de Fonseca Ferreira foi novamente chumbada pela Comissão Federativa de Jurisdição, aguardando-se agora nova decisão da Comissão Nacional de Jurisdição que, na semana passada, tinha considerado nula uma deliberação similar daquele órgão distrital. Enquanto se trava esta luta de secretaria, o sufrágio continua adiado sem data marcada.
O processo foi travado três dias antes das eleições para a presidência da Federação e dos delegados ao congresso guardense, que deviam ter ocorrido na última sexta-feira. Tudo porque a Comissão Nacional de Jurisdição mandou a sua congénere distrital fundamentar a não aceitação da candidatura de António Fonseca Ferreira, recusada por ser militante na secção do Lumiar (Lisboa) e não estar inscrito nas estruturas locais do PS, o que será impeditivo em termos estatutários para que concorra à Federação da Guarda. O caso voltou então à procedência, mas por cá teve novamente um desfecho desfavorável a Fonseca Ferreira, que recorreu mais uma vez ao organismo jurisdicional nacional. «Vamos prosseguir, com determinação e serenidade, a exigência de criação das condições de regularidade e legalidade para a realização de eleições imparciais, transparentes e democráticas na Federação da Guarda», declarou o urbanista e professor universitário. Fonseca Ferreira acredita no funcionamento dos «mecanismos internos para repor a justiça e a legalidade, impedindo os atropelos à democracia e as irregularidades daqueles que se servem do PS para prosseguir os seus interesses pessoais e de grupo».
Também José Albano Marques, que recandidata a um terceiro mandato, reagiu à deliberação de suspensão do ato eleitoral dizendo que a Comissão Nacional de Jurisdição
«não se pronunciou, no seu acórdão, sobre a questão que se prende com a admissão da candidatura do camarada Fonseca Ferreira». Nesse sentido, considera que o adiamento das eleições tem «única e exclusivamente a ver com o cumprimento de prazos», nomeadamente para a Comissão Federativa de Jurisdição justificar o chumbo da lista do adversário. José Albano Marques acrescenta que a sua candidatura vai «manter-se absolutamente à margem» deste processo e que confia nas «doutas decisões» dos órgãos jurisdicionais do PS para «interpretação e aplicação» do disposto nos Estatutos e no Regulamento Eleitoral. Refere também que aceitará democraticamente as decisões que vierem a ser tomadas.
Luis Martins