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Finalmente!

Coisas…

Ao fim de 4 meses de trabalho de parto lá nasceu a criança. Fórceps.

O Hospital de Sousa Martins já tem novo conselho de administração indigitado. A notícia é boa por dois motivos: o 1.º, óbvio, resulta da esperança que sempre depositamos no que é novo; o 2.º, mais óbvio ainda, é que nos vemos livres do que lá tem estado.

O fim de ciclo a que agora assistimos dispensa os habituais balanços, sob pena de cairmos todos em depressão profunda. Foram 3 anos para esquecer e resta agora à equipa que vai iniciar funções ter cabeça fria e coração quente para enfrentar o que vem e corrigir o que foi.

Seria pura perda de tempo estar aqui a analisar a qualidade ou as características dos elementos escolhidos para dirigir o hospital de Guarda (à 1ª vista não parece haver comparação possível com os anteriores quer do ponto de vista moral, ético, político ou de competência). De facto, qualquer análise vai ter que ser feita em função da obra. São conhecidos os problemas mas desconhecem-se as garantias pedidas (e dadas) pelos novos administradores. Nenhum deles poderá alegar desconhecimento dos problemas e não haverá desculpas para que não se ataque de imediato o principal desafio que se coloca ao hospital e à própria cidade: a chamada requalificação (a remodelação, o hospital-novo, o novo-hospital, o que lhe queiram chamar).

A complexidade de execução de um projecto de remodelação radical de estruturas antigas e degradadas é ampliada pelo facto de que o hospital não pode parar; conciliar tudo não vai ser fácil (se é que é possível) e não pode ser tarefa para amadores. Muitos terão que ser chamados a dar opinião, a sugerir, a corrigir e a colaborar. Não é viável nem desejável que os elementos do novo conselho de administração se fechem e se isolem num projecto que ultrapassa em muito as suas competências e capacidades. Há muito boa gente interessada em dar uma mão, dentro do hospital e fora dele, da cor política e das outras e talvez tenha chegado a hora de, com humildade, se pensar em constituir uma espécie de comissão que acompanhe todo o projecto desde o seu início.

Fosse este o único grande desafio que se depara ao novo conselho de administração e a coisa já não seria má. No entanto, como se sabe, não são poucos nem pequenos os problemas de curto prazo que se apresentam e que resultam em grande parte da inércia e do marasmo que se apoderou desta casa já lá vão muitos meses.

É tempo de acenar com lenços brancos aos que partem e saudar os que entram com um voto de boa sorte e a certeza de que, como sempre, será a obra que deixarem a falar por eles.

Por: António Matos Godinho

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