Um golo sofrido aos 90 minutos fez, no último domingo, com que o Souropires averbasse a sua segunda derrota consecutiva na recepção ao Tondela, que já ultrapassou a equipa do concelho de Pinhel na classificação da série C do Nacional da IIIª Divisão. Com este resultado terminou o sonho da subida à IIª Divisão, uma vez que a formação orientada por Manuel Barbosa está agora a sete pontos do segundo classificado, quando falta disputar quatro partidas.
Ficou assim hipotecada uma possível subida de divisão, uma situação que nunca foi claramente assumida pela equipa técnica ou pela direcção. Apesar de não ter podido apresentar o 11 ideal, devido a lesões e castigos, e perante um Tondela que usou e abusou do pontapé para a frente, do primeiro ao último minuto, os souropirenses levaram perigo constante à baliza de Augusto, que, juntamente com os seus defesas, viu-se e desejou-se para travar as investidas dos locais. Logo nos primeiros minutos, Milford teve o golo nos pés, mas foi infantil e mais não fez do que oferecer a bola a Augusto. Não demorou muito tempo para que começasse um autêntico festival de asneiras da equipa de arbitragem portuense, chefiada por Sérgio Jesus. Das duas uma: ou não tem categoria ou então andou a festejar o título dos “dragões” na Avenida dos Aliados. Talvez por isso os seus auxiliares tiveram de actuar com bandeirinhas emprestadas.
É que, logo nos minutos iniciais, o Souropires foi espoliado de uma grande penalidade, já que um defesa do Tondela desviou a bola com a mão dentro da área. Mas só o árbitro não viu, quando estava a cerca de dois metros do local em que foi cometida a falta. Incompreensível. A equipa da casa continuou a criar perigo e Alex, aos 32 , e Pedro Miguel, aos 34 , tiveram hipóteses de inaugurar o marcador, só que a sorte foi madrasta. Os locais continuaram a toada ofensiva, reduzindo o Tondela à insignificância. O golo adivinhava-se, mas só apareceu para lá do tempo regulamentar da primeira parte, na sequência de um penalti que Alex transformou no primeiro golo da tarde. O 1-0 ao intervalo pecava por escasso. No segundo tempo, o Souropires continuou a pressão para alcançar o golo da tranquilidade e as oportunidades não faltaram. Mas os deuses protegiam o Tondela e também o trio de arbitragem, em tarde negra, contribuiu para que a sorte não quisesse nada com o Souropires.
Aos 62 , os visitantes igualaram o marcador, pelo recém-entrado Barca, e já no minuto 90 conseguiram chegar à vantagem. Ambos os golos surgiram na sequência de cruzamentos da direita, um deles na cobrança de uma falta que só o árbitro viu e que conferiu vantagem ao Tondela. O resultado final é injusto e penaliza quem tudo fez para conquistar os três pontos. Quanto ao trio de arbitragem, mais valia ter continuado pelo Porto. Prestou um mau serviço ao futebol e prejudicou claramente o Souropires pela dualidade de critérios evidenciada e erros constantes no julgamento de alguns lances. Nomeadamente num fora-de-jogo tirado a Zézinho, pois o avançado tinha um defesa mais de três metros atrás de si a pô-lo em jogo.
Fernando Araújo/ Rádio Elmo