Quem se deslocou a Videmonte no último fim de semana pôde assistir “in loco” a todo o processo de confeção do pão num dos fornos comunitários da aldeia. Esta foi uma das muitas atividades inseridas no 1º Festival Pão Nosso, organizado pela Câmara da Guarda em parceria com a Junta de Freguesia da localidade entre sexta-feira e domingo. A iniciativa pretendeu promover a cultura popular, tendo como protagonista o pão, e deu uma animação diferente à aldeia durante três dias.
Durante o certame, os visitantes puderam provar várias receitas confecionadas à base de pão, mas quem quis também pôde aprender a confecioná-lo. De resto, para além da gastronomia, a iniciativa contou com um vasto programa de animação que incluiu música popular, ateliês, jogos tradicionais, caminhadas, tertúlias, magia, teatro, instalações, feira tradicional, astronomia e um passeio de interpretação de fauna e flora com fotografia. A aldeia serrana tem uma forte tradição no fabrico do pão e o presidente da Junta garante que «o pão de centeio da freguesia de Videmonte é especial e delicioso». «Havendo pão de centeio de Videmonte, as pessoas não querem outro. A nossa intenção é colher frutos no futuro porque estamos a construir o Museu das Atividades da Freguesia em que vamos ter pão de centeio todos os dias à venda», frisa Afonso Proença. O autarca considerou que o último fim de semana foi «fantástico» para a freguesia que se encontra na «encosta da serra, outrora o pão de centeio era uma riqueza e estamos a recordar o que fazíamos há 40 ou 50 anos». Atualmente, pouca gente vende o pão de centeio de Videmonte, mas o presidente da Junta indica que há quem use os dois fornos comunitários, havendo quem tenha também forno em casa, para cozer o pão para «gasto de casa, família e amigos».
Presente no evento, o vereador da Cultura na Câmara da Guarda explicou que o objetivo do município é levar o Festival Pão Nosso a vários pontos do concelho com uma «periodicidade anual». «Acho que todos nós devemos ter maior ambição e mais dinâmica de envolvimento inter-freguesias e, por isso, este festival dedicado ao pão não encerra aqui. É experimental neste conceito de poder percorrer o concelho e o objetivo é que para o ano seja feito, assim queiram as outras freguesias, noutro sítio», indicou Vítor Amaral a O INTERIOR. O autarca sublinho o «conceito itinerante para que este ano possamos valorizar este eixo da serra e para o ano possamos estar noutro local do concelho com um festival ainda com mais envolvimento e mais qualidade do que este».
Ricardo Cordeiro 
