Alguns dos melhores vinhos do país puderam ser apreciados no IIº Festival do Douro Superior, que terminou em Vila Nova de Foz Côa no último domingo. O certame foi inaugurado pelo secretário de Estado da Administração Local, tendo atraído cerca de seis mil visitantes durante três dias.
António Leitão Amaro elogiou a qualidade dos vinhos produzidos nesta zona, considerando que as vinhas dos seis concelhos do Douro Superior são «do melhor que no mundo se faz» e que isso é algo «que nos deve orgulhar». O secretário de Estado considerou o festival «importantíssimo», pois mostra e destaca o que de bom se produz localmente. Já o autarca anfitrião realçou o facto de terem sido batidos «todos os recordes da primeira edição» pois o segundo Festival registou «mais cerca de 25 por cento de stands», teve 160 vinhos a concurso, contra 98 do ano passado e, pela primeira vez, realizou-se uma prova de azeite. Gustavo Duarte sustentou que o certame é «uma aposta ganha porque atrai muita gente», enquanto o investimento «tem bastante retorno», uma vez que o festival ajuda também a «promover o território». Ao contrário do inicialmente previsto, o número de visitantes não superou a afluência do ano passado, rondando as seis mil pessoas, tendo as finais da Taça de Portugal e da Liga dos Campeões sido as causas apontadas.
Ainda assim, Gustavo Duarte faz um balanço «claramente positivo» de uma iniciativa que reuniu «todos os produtores de qualidade média e superior» da região. Por seu turno, o diretor da Revista de Vinhos, que produziu e dirigiu o festival, explicou os motivos que levaram à antecipação do evento: «No final do verão corremos sempre o risco de estar a fazer em cima das vindimas, que, no Douro, duram dois meses, e isso era prejudicial porque poderia impedir alguns produtores de participar. Esta altura é ótima, pois há mais disponibilidade», sublinhou Luís Ramos Lopes, para quem «só nos últimos 10, 15 anos é que os produtores do Douro acordaram para o Douro Superior e descobriram uma região quase virgem ainda, com muita área para plantar, e com caraterísticas muito próprias». Já Manuel Cabral, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, considerou que é «em época de crise que é preciso investir e aproveitar as oportunidades», tanto mais que a sub-região do Douro Superior tem «uma concentração de vinhos» com uma qualidade «muito elevada».
Tinto da Quinta do Vale Meão vence Concurso
Quinta da Sequeira Grande Reserva 2011, Quinta do Vale Meão 2010 e Quinta de Ervamoira Vintage 2009 foram os grandes vencedores da segunda edição do Concurso de Vinhos do Douro Superior, respetivamente nas categoria branco, tinto e vinhos do Porto.
De um total de 160 vinhos a concurso (105 tintos, 39 brancos e 16 vinhos do Porto), a tarefa do júri não foi fácil tendo em conta o nível de qualidade «mais elevado» dos participantes, destacou Luís Ramos Lopes. Praticamente todas as marcas enviaram os seus topos de gama, daí não se estranhar que tenham sido atribuídas 17 medalhas de ouro, 18 de prata e 30 de bronze.
Ricardo Cordeiro 
