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Festival de Teatro da Covilhã arranca segunda-feira

Covilhã, Fundão e Idanha-a-Nova serão os palcos durante 11 dias

De 1 a 13 de Dezembro, doze companhias profissionais de teatro vão passar pelos palcos da Covilhã, Fundão e Idanha-a-Nova naquele que é considerado o festival de Outono da “cidade neve”. Organizado há 22 anos pelo Teatro das Beiras, o evento arranca segunda-feira para onze dias com novas companhias e dramaturgias na Beira Interior. A grande novidade desta edição são as presenças das companhias Karromato e Yllana, que actuam pela primeira vez na “cidade neve”.

Os checos Karromato inauguram o festival no Teatro das Beiras, com o espectáculo de marionetas a “Festa do Imperador”. Quatro manipuladores revelam ao público o imperador austro-húngaro José II e Mozart, a quem cabe a produção de uma obra para receber a irmã do imperador. No dia seguinte, o palco está reservado para o grupo espanhol Yllana. “Splash” é o que acontece a três marinheiros errantes sem capitão nem disciplina. A comicidade, ironia visual, mimetismo e a expressão corporal são alguns dos “ingredientes” utilizados para representar as situações mais absurdas e disparatadas desta peça, sendo por isso considerados como «grandes actores na área do “clown”», sustenta Fernando Sena, director do Teatro das Beiras. O Centro Dramático de Évora (Cendrev) volta a marcar presença no festival, desta vez em dose dupla com o espectáculo de marionetas “Bonecos de Santo Aleixo” e a peça de Martin McDonagh “Rainha de Beleza Leenane”, nos dias 4 e 5 de Dezembro, respectivamente. O primeiro espectáculo conta as fábulas, histórias e a riqueza da cultura popular alentejana através de bonecos de madeira diminutos (entre 20 a 40 centímetros), enquanto “Rainha de Beleza Leenane” é uma «dolorosa estória de amor e loucura».

O “Teatro ao Largo” actua no dia 6 com a representação de “A Fortuna”, do grego Aristófanes. Com encenação de Steve Johnston, o grupo de Odemira propõe uma peça leve e de rápida acção, povoada por deuses, camponeses rudes, informadores do governo e pedintes. Seguem-se dia 11 o Teatro Regional da Serra de Montemuro, com “A Eira dos Cães”, texto escrito por Peter Cann e Steve Jonhston, encenado por Grame Pulleyn, e o Teatro da Rainha com “Max Gericke – Nem uma coisa nem outra”, de Manfred Karger. A peça conta com a interpretação de Isabel Lopes e encenação de Fernando Mora Ramos para retratar a história de Ella Gericke, uma viúva desempregada que assume a identidade do marido para ocupar o seu lugar na firma em que trabalhava no período de ascensão de Hitler. O Teatro das Beiras fecha o festival no dia 13 com “Snow, Snow, Snow”, espectáculo colectivo baseado nos princípios da commedia dell’ arte estreado em Fevereiro passado.

Descentralização e infância continuam a ser aposta

Á semelhança do ano passado, o Teatro das Beiras volta a alargar o Festival de Teatro ao Fundão. “O Relato de Alabad”, pelo Teatro Meridional, “…e as Palavras Voaram”, do Teatro do Imaginário, e “Krapp”, de Beckett, pelo Teatro da Rainha são os espectáculos que compõem a “Mostra de Teatro no Fundão” nos dias 5, 9 e 11 de Dezembro. Os espectáculos terão lugar no auditório da Escola Secundária do Fundão às 21h30, à excepção de “…e as Palavras Voaram” que, por ser uma peça dedicada aos mais novos, decorrerá às 11 e às 14h30. Esta peça será ainda representada no Teatro das Beiras no dia 10 de Dezembro no mesmo horário. Os mais novos poderão ainda assistir a “Zorbas e a Gaivota”, pel’ “O Nariz”, e a “Tiu Jouquin e a Aldeia dos Patudos”, da Jangada Teatro, nos dias 3 e 9 de Dezembro. O Centro Cultural Raiano, de Idanha-a-Nova, acolhe dia 3 outra peça para crianças, “Todo o Mundo é um Palco”, pelo Teatro Art’Imagem. Apesar de poucos, devido ao espaço limitado, Fernando Sena garante que os espectáculos para a infância serão «sempre uma aposta enquanto houver festival». A música ocupa também lugar no bar do Teatro das Beiras nos dias 5, 6, 12 e 13 de Dezembro, a partir das 23 horas. “Quinteto de Acordeões” e “Quarteto de Clarinetes”, do Conservatório de Castelo Branco, “Musicalbi”, “Curtes Vail?” e “ArkadaKafé” são os grupos convidados a criar musica ambiente agradável para as pessoas «conversarem e trocarem ideias», realça Fernando Sena.

Liliana Correia

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