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Festa do teatro amador nos Trinta

Grupos Transumante e “Aquilo” participam no FesTA num fim-de-semana também marcado pelo ciclo “Teatro de Outono” do Inatel

Só para amadores e para a população dos Trinta, a quinta edição do Festival de Teatro Amador – FesTA, organizado pela Associação Juvenil Raiz de Trinta, propõe um fim-de-semana dedicado à arte dramática no salão de convívio daquela localidade do concelho da Guarda. Os convidados são o grupo Teatro Transumante, de Fernão Joanes, com a peça “Água de Neve”, e o “Aquilo”, que leva à cena “Uma Pedra na Mão”. Dois espectáculos que cumprem com o objectivo da colectividade em «garantir» anualmente o contacto da população local com o teatro. A entrada é livre.

Segundo Carlos Fonseca, dirigente da associação, o FesTA tem optado por um número reduzido de grupos participantes e resume-se sempre a um fim-de-semana, altura em que há mais gente na aldeia e com mais disponibilidade. Já a escolha do programa é função de factores como «custos, gestão dos recursos físicos na montagem e desmontagem do espectáculo, e compatibilidades de horários, entre outros», adianta, confessando que o grande projecto do festival é a sua «continuidade». De resto, na próxima edição, que já está delineada, a organização espera contar «de novo» com um grupo local no programa. A abertura deste pequeno evento cabe sábado à noite aos vizinhos de Fernão Joanes do Teatro Transumante, da associação cultural local. Trata-se de uma iniciativa emanada do “Projecto Emergências”, da Câmara da Guarda, a partir da obra “Água de Neve”, de Nuno de Montemor. A dramaturgia e encenação é de Elizabete Fernandes e aborda a serra e a neve, tantas vezes cantadas ou retratadas em diferentes circunstâncias, que nos transportam ao sonho, à lenda e à fantasia.

No domingo à tarde é a vez de uma das últimas produções do “Aquilo”, da Guarda, subir ao palco. “Uma pedra na mão”, encenada por António Godinho e com Victor Amaral e Américo Rodrigues, foi inspirada na vida perturbante e singular de Zé Ganhão, um homem que viveu mais de cinquenta anos no interior de uma pedra perto da Guarda. Um abrigo ao qual regressava diariamente este vagabundo, que terá morrido há mais de quatro décadas, depois de deambular pelas aldeias em redor, aterrorizando tudo e todos. Dois exemplos do bom teatro amador que se faz pela Guarda, onde este género de formações tem vindo a crescer. Exemplo disso é o ciclo “Teatro de Outono”, organizado pela delegação da Guarda do Inatel, cujo cartaz é dominado por grupos do distrito. A iniciativa arranca no sábado com o Teatro da Vaca Fria (Famalicão), que apresenta o “Entremez do Viúvo e Outras Sátiras” no auditório do Centro Cívico de Manteigas, e o “Aquilo” no Cine-Teatro de Gouveia com a produção “Uma Pedra na Mão”.

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