Preparar os jovens para o mercado de trabalho é um dos objetivos da “job party”, que acontece hoje pela primeira vez no Instituto Politécnico da Guarda (IPG).
«Há regras e ferramentas de marketing social, por exemplo, que não são lecionadas mas convém ter», entende Pedro Cardão, vice-presidente do IPG. O Politécnico é uma das 20 instituições do ensino superior que vão acolher a “festa do emprego”, ação promovida a nível nacional pela Fórum Estudante. São sessões que visam incutir nos alunos capacidades de comunicação e desempenho para facilitar a sua entrada no mercado de trabalho.
«O objetivo é transmitir competências mais “leves” e reforçar a necessidade de criar o próprio emprego através de novas vias, apostando no empreendedorismo», adianta Pedro Cardão. As sessões, que têm lugar entre as 8h45 e 17h30, contam com a participação de várias entidades e particulares, promovendo a aprendizagem de ferramentas e mecanismos para o autoemprego. Segundo o vice-presidente do IPG, «as expetativas são grandes, já que logo na sexta-feira tínhamos 138 inscritos, essencialmente alunos dos últimos anos». O responsável diz esperar «um auditório composto», pois «estas competências, sobretudo em alturas difíceis de arranjar trabalho, são essenciais para os jovens», considera. Para mostrar “provas dadas” neste campo, o Politécnico assegurou a presença de dois ex-alunos que vão contar os seus casos.
«O balanço das atividades empreendedoras que temos desenvolvido é muito satisfatório», refere, afirmando que «também há expetativas muito altas em relação ao Poliempreende (concurso de projetos de vocação empresarial) que o IPG coordena este ano». O Instituto guardense já organizou várias atividades relacionadas com o autoemprego, como o “Dia do Empreendedor” e as Jornadas de Gestão no ano passado, sendo uma aposta para manter. «Estamos a preparar para este ano civil várias competências “soft” para públicos mais pequenos, como workshops, abordagens em entrevista e dicas para a comunicação eletrónica», revela Pedro Cardão.
«Queria mais, mas temos aquilo que é possível»
O Policasulos é um projeto vocacionado para apoiar ex-alunos na entrada no mercado de trabalho e leva já mais de dois anos de duração e seis projetos apoiados. Todavia, a iniciativa «transcendeu o objetivo inicial, pois temos equipas de alunos, ex-alunos e professores», adianta Teresa Paiva, diretora da Unidade de Investigação para o Desenvolvimento do Interior (UDI) do IPG.
«Não é uma incubadora de empresas, mas uma nano-incubadora, se assim lhe quisermos chamar», salienta a responsável. O Policasulos “alberga” atualmente quatro projetos, com gabinetes em espaço de salas de aula. «Garantimos o apoio necessário, bem como formações nas matérias em que se sintam fragilizados e o acesso aos laboratórios», acrescenta Teresa Paiva, que queria mais projetos, «mas temos aquilo que é possível». A diretora da UDI refere que há «dificuldades na passagem para a implementação das empresas, porque é preciso dinamismo e empenho e nem sempre há esse tempo», sobretudo com alunos finalistas. Até agora, a iniciativa conta com dois casos de insucesso, que saíram sem a criação da empresa: «Uns arranjaram trabalho e o outro projeto perdeu viabilidade com o passar do tempo», indica.
Sara Quelhas