A presidente do PSD defendeu durante a sua visita à Guarda, no último sábado, «a independência do poder judicial e da investigação», considerando que existe um «clima de perda de autoridade» no país. Num discurso onde se ouviram poucas referências à região, Manuela Ferreira Leite falou na importância de «um investimento equilibrado entre o litoral e o interior» e centrou-se em temas como a Justiça e a crise económica.
Perante cerca de 300 militantes e apoiantes num almoço que decorreu num hotel da cidade, a líder social-democrata começou por congratular-se com o que considerou ser um «trabalho extraordinário» por parte dos autarcas sociais-democratas do distrito, para depois focar a intervenção nas questões nacionais. «A independência do poder judicial e da investigação são valores inestimáveis para os cidadãos e, é por isso que a ideia de que possa haver a tentação de os diminuir ou de os condicionar é algo intolerável», afirmou. Sem falar no caso Freeport, mas numa alusão a este processo, Ferreira Leite disse que a comunicação social tem sido acusada «de campanhas que podem influenciar as investigações» e que, por outro lado, «há quem ceda à tentação de utilizar o palco dessa mesma comunicação social para, só através dela, tentar condicionar o que só à justiça cabe investigar».
A líder do maior partido da oposição considerou que o país «atravessa hoje uma fase muitíssimo complexa», referindo que «existe uma enorme incomodidade e revolta entre os magistrados». «Não acreditar na justiça é viver num Estado democrático em que falta uma das suas principais componentes», acrescentou. Ferreira Leite, que antes do almoço esteve no NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda, defendeu que «é necessário um plano de aplicação generalizado a todas as empresas», acusando o Governo socialista de criar «programas dirigidos só a alguns». «É preciso proteger as pequenas e médias empresas, que são o motivo da nossa economia» e a «fonte de criação da criação do emprego», sustentou.
A presidente do PSD disse ainda que o Governo tem divulgado medidas «quase diariamente», mas que «esses apoios não estão a ter resultados». Por isso, considerou que o Governo «não pode deixar de comunicar ao país quais as aplicações e os destinos que têm estado a ser dados aos milhões e milhões que todos os dias são falados». No entender de Manuela Ferreira Leite, «essas medidas não passaram de anúncios e nem sequer existiram», ou então «foram mal aplicadas e tiveram mau resultado».
