Fernando Carvalho Rodrigues deu segunda-feira a sua última lição pública no IADE (Instituto Universitário de Arte, Design e Empresa), em Lisboa. O “pai” do primeiro e único satélite português e atual presidente da Assembleia Municipal da Guarda falou sobre “Empreender; a Dançar com Arte, Ciência e Design”.
Nesta última aula, segundo relatou o jornal online “Observador”, o cientista, de 69 anos, abordou a forma como os computadores têm substituído lentamente os seres humanos através de «uma sociedade que se foi estabelecendo sem debate, sem eleições e sem a gente dar conta». Carvalho Rodrigues afirmou ainda que, brevemente, o número de máquinas será exponencialmente maior do que o de humanos e isso poderá ter consequências para a arte e para as leis. «Este mundo não está longe. Este mundo está connosco», afirmou. Natural de Casal de Cinza (Guarda) licenciou-se em Física pela Universidade de Lisboa em 1969 e doutorou-se cinco anos depois em Engenharia Eletrónica na Universidade de Liverpool (Reino Unido). Em 1985, tornou-se professor catedrático no Instituto Superior Técnico de Lisboa, onde esteve até 1996. Foi com o lançamento do PoSat-1, a 26 de setembro de 1993, que o investigador ganhou notoriedade nacional ao coordenar o consórcio de empresas e universidades encarregue de desenvolver o satélite, ao abrigo de um acordo de transferência de tecnologia com a Universidade de Surrey (Inglaterra), onde o satélite foi construído.
O cientista foi ainda diretor do Programa de Ciência da NATO durante 13 anos, entre 1999 e 2012. Entre várias distinções, do seu currículo fazem parte o Prémio Pfizer de 1977 (pelos resultados na aplicação de processamento de imagem em medicina), o Prémio Gulbenkian de Ciência e Tecnologia de 1978 e de 1982 (pelo desenvolvimento de algoritmos de cálculo de sistemas óticos e pela aplicação de técnicas laser na caracterização de matérias-primas têxteis) ou a comenda da Ordem Militar de Santiago da Espada, em 1995. No IADE, onde era agora professor catedrático, tornou-se em 2000 coordenador da área científica das tecnologias, refere um comunicado de imprensa do instituto.
