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Feira do Fumeiro com balanço positivo

Produtores defendem aposta na animação para atrair mais visitantes ao multiusos de Trancoso

A Feira do Fumeiro e dos Sabores do Nordeste da Beira reuniu no pavilhão multiusos de Trancoso, no mês passado, cerca de uma centena de produtores de enchidos e fumados, queijos, pão, doçaria regional, vinhos, mel, azeite e artesanato regional. Os “reis” da festa foram os produtos regionais, num certame foi organizado pela AENEBEIRA – Associação Empresarial do Nordeste da Beira, Câmara de Trancoso e Raia Histórica.

Entre os vendedores estava o produtor de mel Cristóvão Santos, de Trancoso, que faz um balanço positivo da feira, salvaguardando que «podia haver mais visitantes». «A organização correu bem, à semelhança de outros anos, mas a concentração de eventos no distrito, sobretudo no primeiro fim de semana, prejudica um pouco», considera o apicultor. A feira é uma “montra” para o empresário, que pode assim divulgar a sua marca e contactar com potenciais clientes: «É extremamente positivo pois, estando a iniciar a atividade, dou a conhecer a empresa a muitas pessoas», sublinhou. Quanto às expetativas para os meses que se avizinham, Cristóvão Santos é perentório: «Temos de estar otimistas, em vez de pensarmos que está mau, pois, quanto mais pensamos nisso, mais se agrava», defende o empresário, acrescentando que «é preciso um discurso mais positivo para melhorar as coisas, foram dois anos de apertar o cinto mas não podemos continuar, se não o distrito e o país não têm viabilidade económica».

Também Sónia Madeira, dos Talhos Madeira, de Trancoso, defende que apesar de as expetativas não serem as melhores, nomeadamente devido à situação económica atual, «a gente faz por isso». A talhante esteve no certame e considera que «vale sempre a pena» participar, ressalvando que, «em comparação com o ano anterior, foi muito fraquinho». Na opinião da comerciante, a feira devia ser acompanhada de animação e outras atividades, para assim atrair mais pessoas à feira – e mais vezes. «Deviam ponderar arranjar soluções pois, sem divertimento, as pessoas não voltam», alerta. Ainda assim, o certame é uma mais valia: «Há pessoas de Lisboa, por exemplo, que esperam por esta feira para nos visitarem, e tivemos novos clientes», constata a comerciante. Para tal também contribuiu «uma pequena ideia»: «Todos os anos tínhamos colegas e amigos no balcão a comer chouriça assada, pelo que este ano pusemos algumas mesas e as pessoas aderiram, mesmo quem não conhecíamos», salienta Sónia Madeira.

Atrair mais visitantes também é essencial para Carolina Sales, da Lacticôa, de Vila Franca das Naves: «A feira tem tido um decréscimo desde que tiraram a atividade que havia lá dentro», evidencia, salientando que «no primeiro fim de semana havia muitas feiras e foi muito mau, nada a ver com a Feira das Tradições, que também fazemos, mas o segundo já foi um pouco melhor». A feira é uma boa forma de mostrar e divulgar os «produtos de qualidade» da Lacticôa: «Não vou à Feira do Fumeiro com perspetivas de angariar clientes, mas para dizer que ainda cá estamos», descreve Carolina Sales, afirmando que «com a crise económica, não podemos pensar que vamos a uma feira destas fazer grandes vendas». Melhores dias “espreitam” com a época festiva, «um período sempre muito bom para a nossa casa», tal como os meses de Verão e especialmente o Natal. «Participamos em feiras para divulgar os nossos produtos, tanto o queijo de ovelha como de cabra, que temos há cerca de dois anos e tem tido uma boa aceitação dos nossos clientes», frisa Carolina Sales.

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