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Feira dedicada à Serra da Estrela deve regressar em 2004

Apesar da satisfação da organização, alguns expositores mostraram-se desiludidos com a pouca adesão

A primeira edição do certame “Serra da Estrela – Feira de Turismo e de Produtos Regionais”, que decorreu no passado fim-de-semana no pavilhão da Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios (ANIL), na Covilhã, atraiu, de acordo com a organização, cerca de oito mil visitantes. Um número «muito bom», sustenta Carla Mota Veiga, responsável pelo departamento de feiras, dado ser uma feira «muito importante para o desenvolvimento da região».

Mas nem todos os expositores se mostraram satisfeitos com esta primeira edição da feira, cujo objectivo é a promoção dos produtos da “Serra da Estrela”. «Vínhamos com a expectativa de termos mais gente e de conseguirmos divulgar os nossos produtos para um maior número de pessoas», desabafa Paula Ruas, da “António Ezequiel, Lda”, para quem o número de visitantes foi «muito baixo». Tudo por causa, na sua opinião, da «cobrança dos ingressos e a divulgação tardia» do certame. Todavia, a vendedora deste “stand” de vinhos acha que se trata de uma feira «com futuro» e sugere mesmo uma mostra gastronómica «em paralelo» para atrair mais expositores e visitantes. Também Otília Fernandes, proprietária da loja de enchidos tradicionais “Sodavó”, do Fundão, se mostra desapontada com a pouca afluência de público ao pavilhão da ANIL, principalmente no sábado, dia em que o popular Quim Barreiros actuou. «O tempo e a inauguração do estádio do Benfica» juntam-se assim aos factores enumerados por Paula Ruas quanto à adesão das pessoas.

Já Pedro Ferrão, da “Casa das Peles da Covilhã – Artesanato Serra da Estrela”, e Suzette Mota Veiga, da “Licrase” – Liga dos Criadores e Amigos do Cão da Serra da Estrela, fazem um balanço «muito positivo» desta primeira edição, mais não fosse para fazer «publicidade» aos produtos que divulgam. No entanto, referem ser necessário mais publicidade do evento nos grandes pólos urbanos da região e em Espanha. Embora ache que a feira teve um fluxo de visitantes «muito bom», Suzette Mota Veiga defende a aposta da feira em Espanha e até a realização deste certame «em conjunto» com outras cidades para que «seja maior». Para Maria João Ramos, da “Casa Agrícola F. Esteves”, de Manteigas, a feira poderia ter «mais sucesso» não fosse o mau tempo que se fez sentir durante o fim-de-semana. Embora aponte alguma falha na divulgação, a jovem comerciante ficou bastante satisfeita com o evento, garantindo «com toda a certeza» a participação na próxima edição.

Apesar das críticas, Carla Mota Veiga considera que a feira correu bem para uma primeira edição, feita com «grande esforço financeiro» da ANIL e em «tempo recorde», visto que os contactos com os expositores se realizaram apenas após o Verão. «Não creio que a entrada gratuita se possa traduzir num maior número de vendas ou de negócios», refere, adiantando que «não é por ser gratuito que uma pessoa vem com o objectivo de comprar». Em relação à divulgação tardia, Carla Mota Veiga não nega que houve «efectivamente» pouco tempo para a preparar, mas que a iniciativa foi publicitada nos órgãos de comunicação regionais e nacionais e com a distribuição de panfletos em hotéis nacionais e na fronteira de Vilar Formoso.

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