Durante três dias, Pinhel organizou pela vigésima vez a Feira das Tradições e este ano com um recorde de visitantes, já que mais de 39.700 pessoas passaram pelo certame, anunciou a autarquia. O evento foi inaugurado na sexta-feira à tarde pelo ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva.
O certame, que também já é uma tradição do município, teve a sua primeira edição em 1996 e desde então os pinhelenses preparam-se para o receber no fim-de-semana que antecede o Carnaval. A Feira das Tradições tem sofrido algumas modificações ao longo dos tempos e tem crescido com elas. O presidente da Câmara Rui Ventura acredita que «valeu a pena a aposta que este ano se fez no cartaz». Só no primeiro dia, o número de visitantes duplicou relativamente ao ano anterior, com 10.700 entradas. Pedro Abrunhosa foi o chamariz da noite e «as pessoas aderiram em massa». O domingo voltou a ser dia de enchente, com a visita de inúmeros espanhóis, o que leva o autarca a concluir que «foi muito positiva a aposta na divulgação em Salamanca».
Estes números permitem à autarquia pinhelense continuar a sonhar com novos voos: «Queremos sempre mais e por isso vamos trabalhar para que a Feira das Tradições seja cada vez melhor», promete Rui Ventura, para quem «os resultados obtidos este ano são extremamente bons e permitem elevar a cidade para longe». Contudo, o edil confessa que há novas apostas a fazer, por exemplo ao nível da restauração. Já a pensar na próxima edição, Rui Ventura quer melhorar este espaço na feira e levar mais restaurantes da cidade. Apesar do município considerar que «há sempre coisas a melhorar», o feedback foi «bastante positivo» por parte dos expositores e dos visitantes. No entanto, será elaborado um relatório da última edição e analisado um questionário entregue aos expositores para avaliar como correu o certame e o que se pode mudar.
Pavilhão multiusos «daqui a dois anos»
O primeiro plano para as futuras edições da Feira das Tradições já está delineado. A autarquia apresentou no sábado o projeto de um pavilhão multiusos que irá receber o evento. O equipamento irá localizar-se na zona industrial e o objetivo é que seja «um projeto âncora e que dinamize aquela zona». O projeto está a cargo do escritório Depa Arquitetura e na sua apresentação o arquiteto Luís Sobral explicou que a estrutura será dividida em dois pavilhões, um destinado a exposições e outro para concertos, havendo também uma área para as “tasquinhas”. Mesmo sendo a Feira das Tradições o mote para a sua construção, os responsáveis autárquicos desejam que o pavilhão seja um espaço que possa acolher diversos tipos de eventos.
Apesar de desejar para breve a abertura desta estrutura, Rui Ventura adianta que a obra só pode seguir em frente se a candidatura for aprovada e, por isso, garante que «ainda não vai estar pronta no próximo ano, por questões financeiras e logísticas, mas talvez seja possível daqui a dois anos». Depois da visita de Moreira da Silva, a feira voltou a receber um representante do governo no sábado. O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional Miguel Poiares Maduro realçou a importância de um evento que «valoriza a atividade económica tradicional como forma de identificar as áreas de atividade em que devemos apostar». De resto, o governante afirmou que o Portugal 2020 vai reforçar os apoios a quem queira investir nos territórios do interior ou de baixa densidade e serão criados concursos específicos.
Ana Eugénia Inácio 
