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Federação do PS e concelhia da Guarda em sintonia para as autárquicas

Em lados opostos no conturbado processo eleitoral para a presidência da distrital, António Saraiva e João Pedro Borges enterraram o “machado de guerra” pelo objetivo da reconquista da Câmara da Guarda

A concelhia do PS da Guarda e a Federação estão «a trabalhar em conjunto» com vista às próximas autárquicas. Em lados opostos no conturbado processo eleitoral para a presidência da distrital socialista, António Saraiva e João Pedro Borges enterraram o “machado de guerra” pelo objetivo da reconquista da Câmara da Guarda.

«Tal como noutras concelhias, também na sede do distrito estamos a trabalhar no mesmo sentido para termos o melhor candidato», disse a O INTERIOR o líder da Federação, acrescentando que «nunca houve qualquer diferendo» com o presidente da concelhia. «Quanto muito pode ter havido alguns mal-entendidos que, penso eu, estão ultrapassados em nome da unidade e dos interesses do partido na Guarda», sublinhou António Saraiva. Por sua vez, João Pedro Borges foi mais evasivo ao dizer que «a postura do presidente da concelhia continua a ser igual». O certo é que nestas autárquicas os socialistas vão pela primeira vez a votos como oposição e não como partido do poder, pelo que a escolha do candidato na Guarda assume relevante importância política, e não só.

O INTERIOR sabe que já há um perfil do candidato, mas João Pedro Borges escusou-se a adiantar mais pormenores. «Não faço mais comentários sobre o assunto enquanto não forem tomadas as decisões devidas pela comissão política concelhia. O processo autárquico terá desenvolvimentos até ao final deste mês», afirmou o dirigente, garantindo também que o método de escolha – eleições diretas ou nomeação – não está definido. «O que garanto é que o PS vai fazer tudo para recuperar a Câmara da Guarda, outra possibilidade não se coloca», acrescentou João Pedro Borges. Por sua vez, António Saraiva remeteu o assunto autárquicas para as concelhias, mas sempre foi dizendo que o seu papel neste processo vai ser «de contributo para a solução apresentada em cada concelho, nomeadamente de influenciar possíveis candidatos a aceitar o desafio e de defender e interceder pelas escolhas nos órgãos nacionais do partido».

O presidente da Federação acredita que PS apresentará ao eleitorado da capital do distrito «uma alternativa credível e ganhadora», adiantando que as restantes concelhias estão «a trabalhar» nas escolhas dos candidatos. A exceção é Celorico da Beira, onde já está decidido que José Albano Marques, antigo líder da Federação, vai concorrer à sucessão de José Monteiro, que atingiu o limite de mandatos. Os nomes dos candidatos no distrito da Guarda deverão ser conhecidos antes do final do ano, uma vez que o PS nacional estabeleceu dezembro como prazo limite para a apresentação de todos os escolhidos em Lisboa.

«Contributos voluntários» no PS da Guarda para pagar contas

Também na Guarda o PS não tem receitas suficientes para pagar as contas de água e luz, mas isso não é problema para o líder da Federação. «As despesas têm sido assumidas e o partido não deve nada a ninguém. Tem-se pedido voluntarismo a dirigentes e militantes e tem havido muitos contributos», afirmou António Saraiva.

Esclarecendo que ainda não conhece as contas da Federação por não terem ainda sido apresentadas, o presidente federativo admite que, no seu caso, «nunca fiz contas ao que dei para o partido, e como eu vários dirigentes e militantes». De resto, na sua opinião «é possível» que os dirigentes possam contribuir «de forma voluntária» para algumas despesas correntes das estruturas. Contudo, «o importante é encontrar soluções em conjunto para este tipo de coisas», acrescentou. Atualmente, o PS nacional tem um passivo de 21 milhões de euros e terá recomendado os dirigentes locais que assumissem o pagamento de algumas despesas básicas por não ter dinheiro.

Luis Martins «O PS vai fazer tudo para recuperar a Câmara da Guarda», afirma João Pedro Borges

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