A Câmara do Fundão e a Associação Comercial e Industrial do concelho vão protestar junto do Governo contra o encerramento das bilheteiras da CP na cidade ao fim-de-semana. Segundo aquelas entidades, esta situação está a obrigar os passageiros do Fundão que compram bilhete a bordo dos comboios Intercidades a mudar várias vezes de lugar durante as viagens até Lisboa.
«Os Intercidades têm lugares marcados. O que não acontece a quem compra bilhete ao revisor quando entra no Fundão», descreve Rogério Hilário, presidente da Associação Comercial e Industrial do Concelho do Fundão (ACICF). Como alternativa, os passageiros ou adquirem bilhete com antecedência ou numa máquina de venda automática, instalada na Estação, com pagamento por Multibanco. Contudo, segundo este dirigente, «nem uma, nem outra são alternativas aceitáveis para uma cidade como o Fundão». O mesmo pensa o autarca local: «Não podemos concordar com a saída do concelho destes serviços de proximidade. Isto é um ataque à qualidade de vida das populações», considera Manuel Frexes. O presidente da Câmara anunciou entretanto o envio de numa carta ao ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, solicitando a reposição da normalidade no funcionamento das bilheteiras. Contactado pela agência Lusa, o departamento de comunicação da CP refere que a estação local apresentava «um volume de vendas reduzido no período do fim-de-semana, que não justificava a manutenção do seu funcionamento». Mas se os níveis de procura durante esse período forem alterados, «a CP estará disponível para, eventualmente, rever a situação», adianta. Até lá, a empresa vai implementar a reserva antecipada de um lote de lugares disponibilizados em exclusivo para a estação do Fundão, «para obviar aos transtornos causados aos passageiros dos comboios Intercidades».