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Farmácia funciona ilegalmente no novo bloco hospitalar

Edifício ainda não foi certificado em termos de segurança e de sistemas anti-fogo pela Autoridade Nacional de Proteção Civil

O serviço de Farmácia, o único transferido até ao momento para o novo bloco hospitalar da Guarda, onde funciona também o data center, está a funcionar de forma ilegal porque o edifício ainda não foi certificado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). Mas este não é o único “selo” em falta, pois também a qualidade do ar no interior do pavilhão não está certificada, assim como os elevadores.

Por outro lado, a transferência da Farmácia está a implicar custos acrescidos, de alguns milhares de euros, para a ULS porque é necessário ter um funcionário em permanência 24 horas por dia para distribuir os medicamentos pelos diferentes serviços que continuam no pavilhão central do Sousa Martins. O INTERIOR apurou também que o mobiliário e os computadores da consulta externa foram instalados no final de agosto. Inicialmente, a administração contava reutilizar os PC’s antigos, mas esqueceu-se que não eram compatíveis com o servidor. Vai daí foi obrigada a comprar novos equipamentos, que já estão ligados à rede e só aguardam por quem os use. Vasco Lino afirma que a “nova” consulta externa está «praticamente pronta a funcionar», o que falta é instalar um aparelho de raio X «que queimou». O problema é que para colocar o equipamento é preciso fazer obras de adaptação na sala prevista para o efeito naquela área e esses trabalhos «ainda não aconteceram porque quem devia fazer a obra teve que gozar férias», disse o presidente do Conselho de Administração.

Quando a consulta externa estiver a funcionar será a vez de transferir o internamento, o que pode acontecer «um mês depois», seguindo-se os restantes serviços previstos, acrescentou o responsável, que espera abrir o novo pavilhão «em novembro ou dezembro». Vasco Lino admite que todos estes contratempos e o atraso na entrada em funcionamento do bloco «não vêm em boa altura» no caso do gabinete de medicina legal. É que a Guarda corre o risco de perder esta valência para a Covilhã porque a tutela quer concentrar o serviço num único gabinete para a Beira Interior. «O presidente do Instituto de Medicina Legal visitou recentemente as novas instalações e ficou muito agradado com o que viu. Mais recentemente, a ULS recebeu um ofício daquele organismo que confirma a abertura do procedimento para aquisição do equipamento para a Guarda, pelo que não será por causa do atraso na abertura do pavilhão que o serviço não ficará na Guarda», sublinhou Vasco Lino. O presidente do CA da ULS acrescentou que, «com diálogo, temos sabido esclarecer as partes envolvidas no processo».

Muito contestada tem sido a opção de pôr a concurso – «por um terço do valor», segundo um clínico que pediu para não ser identificado – o equipamento hospitalar necessário para o novo pavilhão. «Vamos ficar com mais um anexo e material que já poderá estar desatualizado quando começar a ser usado», acrescentou a mesma fonte. O INTERIOR noticiou em maio passado (ver edição de 23/05/2013) que este equipamento custará seis milhões de euros, menos 9,8 milhões em relação ao inicialmente projetado (15,8 milhões de euros).

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